Usuários e coletores trocam materiais por moedas virtuais, que viram descontos em empresas parceiras
No Brasil, das 79 milhões de toneladas de resíduos secos produzidos por ano, apenas 3% são reciclados. Ainda que 98% da população esteja disposta a reciclar, 40% justificam que não o fazem porque o processo é trabalhoso e 30% porque não possuem espaço, segundo pesquisa da Trash2Money, de São Caetano. Em junho, a empresa lançou aplicativo que visa facilitar e incentivar a reciclagem. O TrashApp está disponível para moradores são-caetanenses e da região do Jardim Utinga, em Santo André.
A plataforma permite que o usuário cadastre a quantidade e os materiais que conseguiu juntar (alumínio, aço, plástico, papel, isopor e papelão) e os itens são enviados a uma lixeira virtual. Neste momento, o aplicativo agenda um dia e horário para que um coletor cadastrado retire o material em domicílio. Matheus Vitor, um dos fundadores da Trash2Money, explica que o processo funciona como um aplicativo de entrega “ao contrário”, já que retira produtos ao invés de entregá-los.
Ao utilizar o aplicativo, o cidadão e os coletores, que podem ser catadores autônomos ou empresas especializadas, recebem moedas virtuais para conversão em descontos em estabelecimentos parceiros, como salões de beleza e restaurantes. Na ferramenta, também é possível saber os benefícios gerados a partir da quantidade reciclada, por exemplo, economia de água e de energia. Atualmente, o TrashApp possui 190 usuários, dos quais 48 estão em áreas onde o aplicativo já está funcionando e quatro de 34 coletores interessados estão atuando.
Danielle Malta, uma das fundadoras da Trash2Money, afirma que a empresa trabalha em parceria com depósitos que fazem a destinação correta dos resíduos secos. “Hoje, nem todo lugar manda a coleta seletiva para o local correto. Isso (a parceria) gera mais valor para o resíduo”, assinalou. A startup estima que o País poderia ter retorno de até R$ 5 bilhões caso reciclasse todo material possível. “A gente está praticamente rasgando dinheiro quando não reciclamos”, completou Vitor.
Os empresários destacam que, além da comodidade para o morador ou pequenos comércios, a plataforma otimiza o tempo de coleta, já que o coletor já sabe exatamente onde retirar os itens. Outro benefício é que o aplicativo dá a opção de reciclar materiais que normalmente são ignorados na coleta seletiva, como papel. “Usuários pequenos não têm facilidade para disponibilizar os materiais mais complexos e os catadores, normalmente, pegam alumínio, mas acabam não pegando o papel”, exemplificou Danielle.
O TrashApp foi lançado em julho com o objetivo de expandir para toda região até setembro. A partir de então, objetivo é começar a operar na Capital. Todos os serviços foram desenvolvidos pela própria equipe de fundadores e demandou R$ 50 mil de investimento.
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