Após se comprometer com obra, Abiquim transfere responsabilidade a outra associação; unidade foi prometida para 2018
Jogo de empurra entre associações trava a construção da sede do Corpo de Bombeiros de Rio Grande da Serra, anunciada há dois anos.
A unidade foi apresentada pelo prefeito Gabriel Maranhão (Cidadania) em junho de 2018, com direito ao lançamento da pedra fundamental e previsão de entrega para agosto daquele ano. Todas as etapas burocráticas foram percorridas, inclusive com aval do governo do Estado. Mas a obra não andou.
Inicialmente a construção do prédio seria efetivada em parceria com a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), que faria doação da verba para realizar a obra – localizada na Avenida Jean Lieutaud, na Vila Lavinia, em terreno ao lado do Estádio Edmundo Luiz da Nóbrega Teixeira, o Teixeirão.
Sem avanço, a Abiquim decidiu transferir a responsabilidade da construção do equipamento à Abiclor (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados). Com essas idas e vindas, o terreno segue sem sinal de intervenções – mato alto e um pouco de lixo compõem o cenário. Nem a placa que continha as informações da obra está mais no local.
Rio Grande tenta construir uma sede para o Corpo de Bombeiros desde 2012, quando a cidade era comandada por Adler Kiko Teixeira (PSDB), hoje prefeito de Ribeirão Pires. O projeto foi deixado de lado, mesmo após diversas tratativas com o governo do Estado, que alegou falta de verba para iniciar a intervenção.
Ao Diário, Maranhão alegou que a documentação por parte da administração municipal está em ordem e que aguarda posicionamento da Abiquim. “Por parte da Prefeitura está tudo encaminhado. Agora será preciso questionar a Abiquim por qual motivo as obras ainda não se iniciaram”, declarou.
Conforme o diretor executivo da Abiclor, Martim Afonso Penna, a parceria foi repassada à entidade, em 2019, por decisão da Abiquim por questões administrativas. A entidade assumiu a responsabilidade, já que outras empresas associadas já haviam se comprometido a realizar o investimento para levantar a sede.
“Ao assumir projeto, a Abiclor contratou um escritório de advocacia para cuidar de todas as questões legais e administrativas. Foi necessário refazer minutas de contrato, alterar o convênio que inicialmente havia sido firmado com a Abiquim. Além disso, uma nova lei, de número 2.359 de 2 de julho de 2020, sobre o convênio entre Abiclor e outras empresas privadas foi aprovada e publicada pela Câmara de Rio Grande da Serra no dia 24 de julho de 2020.”
Ainda segundo o diretor executivo, a obra está em fase preliminar de mobilização do canteiro de obras, mas ele não informou uma data de quando os trabalhos efetivamente começarão. “A previsão do cronograma físico-financeiro é que a obra tenha duração de cinco meses, a contar da fase de mobilização do canteiro de obras”, sustentou.
Ao Diário, a Abiquim só confirmou que transferiu a responsabilidade da construção à Abiclor, sem citar justificativas.
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