Isolamento puxa demanda; ao mesmo tempo, setor automotivo amarga tombo de 50,5%
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a indústria de alimentos seguiu na direção contrária da maior parte dos setores, abalados pela intensa crise desencadeada pelo isolamento físico. Enquanto que a produção de alimentos e bebidas registrou crescimento de 2,7% na produção e de 0,8% no faturamento no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), o setor automotivo – fortemente presente na região – apontou queda de 50,5% no volume de veículos produzidos de janeiro a junho ante igual período do ano passado, conforme a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
A demanda por alimentos cresceu por causa da quarentena e da adoção do trabalho em home office, que até hoje mantém famílias inteiras em casa. A Coop, rede supermercadista com sede instalada em Santo André, é prova de que durante o isolamento físico, devido à Covid-19, o ritmo de consumo aumentou. Exemplo é que, do início da pandemia (segunda quinzena de março) até o atual momento, houve aumento de 29,6% no tíquete médio por pessoa (hoje em R$ 100), assim como o gasto médio no mês, que subiu 18,2% (R$ 385,20). Entre os itens mais consumidos durante a quarentena estão peixes, batatas e pão de queijo congelados; chás; aves resfriadas e congeladas; energéticos; massas frescas e chocolates. De acordo com o levantamento da Abia, os setores que mais se destacaram no período em volume de produção, considerando o mercado interno e as exportações, foram: açúcar (22,6%), óleos vegetais (3,9%) e carnes (1,9%).
“Embora a indústria de alimentos esteja enfrentando os impactos da pandemia, a produção e o abastecimento da população não foram interrompidos, não só pelo fato de se tratar de uma atividade essencial, como também pelas iniciativas tomadas pelo setor, promovendo o monitoramento e o controle dos estoques no varejo e investindo em estruturas de proteção e segurança dos colaboradores nas fábricas e escritórios, entre outras”, declarou João Dornellas, presidente executivo da Abia.
Além dos alimentos, a Coop aponta que também cresceu a demanda por telefone celular, utilidades domésticas para cozinhar e produtos de limpeza.
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