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Santo André descarta retomar as aulas presenciais em 2020

Prefeitura diz que decisão foi tomada após pesquisa na qual 94% dos responsáveis indicaram que não iriam enviar estudantes para as escolas

Anderson Fattori
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
31/07/2020 | 00:01
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André Henriques/7/11/2019


As aulas presenciais na rede municipal de Santo André não serão retomadas neste ano. O anúncio foi feito ontem pela Prefeitura. A decisão foi tomada após pesquisa que ouviu 21.319 responsáveis, sendo que, deste total, 94% indicaram que não enviariam os filhos para a escola. Agora já são três os municípios do Grande ABC que seguem neste caminho. Rio Grande da Serra anunciou a mesma medida ontem (leia mais ao lado) e Mauá, na quarta-feira.

Segundo o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), ainda não há segurança para autorizar a retomada presencial das aulas. “Um dos nossos encaminhamentos é que as escolas (particulares) também ouçam as famílias. Na rede municipal, 92% dos pais e mães de creches (não querem voltar). E das Emeiefs (Escolas Municipais de Ensino Infantil e Ensino Fundamental) 95% (são contrários ao retorno). Isso mostra que ainda não há, por parte dos pais e mães, segurança para o retorno. Baseado nisso, assim que o Estado determinar a data, Santo André vai seguir, mas não de forma presencial. A gente tem criado ferramentas, instrumentos para dar acesso à internet e aos conteúdos para todos os nossos 38 mil alunos. Então, a gente está trabalhando neste sentido. O município não vai criar nenhum tipo de impedimento”, comentou o tucano.

Além da pesquisa, a Prefeitura andreense também levou em conta fatores científicos e avaliações dos profissionais da saúde, que não garantem retomada segura do ensino presencial.

“Nós entendemos que é um momento de preservar a integridade física dos alunos e seus familiares e também dos nossos funcionários, porque o ambiente escolar tem peculiaridades que dificultariam muito o cumprimento dos protocolos que garantiriam a saúde de todos, principalmente na faixa etária que é atendida pelo município, entre zero e 10 anos, além da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Com as crianças menores há dificuldade maior na observância aos protocolos”, frisou a secretária de Educação, Zane Macchi.

Vale ressaltar que a decisão diz respeito apenas às escolas municipais. Os colégios particulares e os estaduais estão sob gerência do Estado. Segundo o governador João Doria (PSDB), a expectativa é que o ensino presencial retorne no dia 8 de setembro, de acordo com a evolução das cidades no Plano São Paulo, que normatiza a flexibilização da quarentena.

São Bernardo e Ribeirão Pires devem seguir na mesma direção. Na terça-feira, o prefeito são-bernardense Orlando Morando (PSDB) havia dito nas redes sociais que não vai autorizar a retomada das aulas presenciais no dia 8 de setembro, como projeta o Estado. Ribeirão Pires informou ontem que também não vai seguir a sinalização estadual e vai manter as aulas em sistema remoto. As cidades esperam por assembleia virtual que será realizada na segunda-feira, às 15h, no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para decidir se vão autorizar o retorno em 2020. Diadema também aguarda o encontro para se posicionar.

São Caetano espera a finalização de pesquisa virtual realizada com alunos, representantes e professores para tomar decisão. O prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) já havia dito que não pretende seguir a hierarquia estadual caso a cidade não se sinta segura para autorizar o retorno das aulas presenciais.

Maranhão diz que saúde é a prioridade

Assim como em Santo André e Mauá, as aulas presenciais nas escolas municipais de Rio Grande da Serra, que conta com 1.968 alunos matriculados entre zero e 5 anos, não serão retomadas neste ano. O anúncio foi feito na manhã de ontem, nas redes sociais, pelo prefeito Gabriel Maranhão (Cidadania), que também é o líder do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

De acordo com a Prefeitura, a decisão foi tomada após realização de pesquisa via WhatsApp e e-mail. O resultado mostrou que 80% dos pais e responsáveis não são a favor do retorno das aulas presenciais ainda neste ano.

“Diante dos desafios encontrados neste momento de pandemia e por prezarmos o nosso bem maior, que é a saúde, neste caso a de nossas crianças e de seus familiares, a de todos os professores, colaboradores e funcionários da rede municipal de ensino, decidimos que nossa cidade não retomará as aulas presenciais este ano”, escreveu Maranhão.

O chefe do Executivo garantiu que a decisão teve boa repercussão na educação e destacou que está respaldado pelo poder público. “A Prefeitura não irá retomar as aulas presenciais devido a vários fatores. O primeiro deles, sem dúvida, é a proteção e a vida das nossas crianças. Estamos tendo atitudes respeitosas e tendo o apoio da maioria dos pais. É também uma atitude de respeito aos profissionais da educação. Temos tido respaldo do Poder Judiciário e do Ministério Público. A vida da nossa população e das crianças é a nossa prioridade”, declarou Maranhão, em vídeo publicado em suas redes sociais.

Na quarta-feira, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), também usou as redes sociais para anunciar que a cidade não terá mais aulas presenciais em 2020. A decisão também foi tomada após realização de pesquisa virtual, no Facebook, na qual 93% dos internautas se mostraram contrários ao retorno. A cidade conta com 20 mil alunos, em 45 escolas de educação infantil, sendo que três delas são conveniadas. VC 




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