Ano do 10º Congresso de História do Grande ABC, a se realizar na primeira semana de novembro em São Caetano. A estrutura do congresso ganha contornos e a palavra "esquecimento" estará presente na temática central. Compete à página Memória lembrar daqueles que já se debruçaram sobre o estudo da história local. E um nome que não pode ser esquecido é o do historiador Wanderley dos Santos.

Wanderley deixou muitos estudos e um livro que é fonte permanente: Antecedentes Históricos do ABC Paulista: 1550-1892, lançado pela Prefeitura de São Bernardo em 1992. Na semana passada, Wanderley foi tema do blog mantido pelo jornalista Edward de Souza: http://artigosedwardsouza.blogspot.com.

Edward reside em Franca, e o que chamou muita atenção na repercussão dos textos sobre Wanderley dos Santos foi que, 13 anos após o desaparecimento de Wanderley, a cidade de Franca demonstra pouco saber daquele que, em 1989, criou o Arquivo Histórico Municipal Capitão Hipólito Antônio Pinheiro.

O Arquivo Histórico de Franca que Wanderley dos Santos criou e dirigiu até a data do seu falecimento tem sob guarda 6.000 caixas de documentos que contam a história do Nordeste paulista. Mas, quem sabe da história do fundador do Arquivo?

Uma das leitoras do Blog do Edward, Ana Paula, de Franca, escreveu: "Nosso Arquivo Histórico deveria dar o devido espaço para destacar seu trabalho (o do Wanderley dos Santos) e sua contribuição à cultura da cidade".

O esquecimento à figura de Wanderley dos Santos provavelmente é o mesmo aqui no Grande ABC. Dele e de tantos outros autores. E o exemplo mais próximo foi dado pela página Memória semana passada: o da professora Heloísa Martins, que apesar da bela pesquisa e livro sobre dom Jorge e a Igreja do Grande ABC, foi simplesmente ignorada quando da homenagem que se prestou ao nosso primeiro bispo 20 anos após o seu falecimento.

Fica claro que é preciso falar mais e mais desses intelectuais que dedicam toda uma vida ao estudo da nossa história e depois são esquecidos. Ah, se fossem cantores populares ou jogadores de futebol...

LINHA DO TEMPO

1951 - 19 de fevereiro: Wanderley nasce em São Paulo, filho de Benedito Cruz dos Santos e de Lydia de Almeida Santos.

1966 - Fascinado pela história regional, inicia longa investigação dos episódios que culminaram na formação e evolução dos bairros paulistanos.

1972 - Decide prolongar suas pesquisas no Grande ABC.

1974 - Assume a chefia do Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de São Paulo.

1980 - Premiado pela Prefeitura de São Paulo pela monografia, transformada em livro, sobre a história do Bairro da Lapa.

1981 - Eleito sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e do Instituto Genealógico Brasileiro.

1983 - Eleito integrante do Instituto Histórico e Genealógico de Santa Catarina. Participa do projeto paulistano do Museu de Rua do Tatuapé e da Comissão Pró-Tombamento de Monumentos Históricos de São Bernardo.

1985 - Participa do projeto paulistano do Museu de Rua da Lapa. Representa a Arquidiocesana de São Paulo no conselho Municipal do Patrimônio Histórico de São Bernardo.

1987 - Eleito integrante do Instituto Histórico e Genealógico de Minas Gerais.

1989 - Eleito integrante do Colégio Brasileiro de Genealogia, no Rio de Janeiro.

1989 - agosto: Funda o Arquivo Histórico Municipal Capitão Hipólito Antonio Pinheiro, de Franca.

1990 - março: Eleito presidente da Arpam (Associação Regional de Pesquisa e Preservação de Acervo Municipal) de Franca.

1992 - março: Reeleito à presidência da Arpam para o biênio 1992-1993.

1992 - 28 de novembro: Wanderley lança em Franca o seu livro maior: Antecedentes Históricos do ABC Paulista.

1996 - 16 de janeiro: Falece em Franca aos 44 anos. Está sepultado em Tapiratiba (SP).

2000 - 4 de dezembro: Faculdade de Diadema e Instituto Educacional Stagium lançam o livro História do Município de Diadema, até aqui a última obra publicada de Wanderley dos Santos.

Família: mulher, Josimar Zotelli dos Santos e filhos Elidia, Hosana e Wanderley José.

Marianos e o futebol

Primeira metade da década de 1950. Marianos da Matriz da Boa Viagem montam um belo time de futebol. A foto foi guardada por Dalvino Battistini: Luciano, filho de Dalvino, reproduziu a imagem; Hilda Maria Pagni Battistini, esposa de Dalvino, identificou os jogadores.

Em pé: (?), Totó, Dalvino Battistini, Ditofino, Toninho Assunção, Roberto Próspero, Mateus Coradi e Antonio Bechelli; agachados: Valdir Gerbeli, Meneguetti, Bechelli, Edir Lazuri, (?), e Valdir Cartola.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Sábado, 9 de junho de 1979

Manchete - Papa condena divórcio e reza contra alcoolismo

Comércio - Padeiro de Vila Ferrazópolis, em São Bernardo, só vende leite para quem compra pão.

Polícia - Dupla rouba 200 mil cruzeiros em indústria de São Caetano.

HOJE

Dia Nacional de Anchieta, o Apóstolo do Brasil; Dia do Porteiro e Dia do Tênis e do Tenista.

SANTOS DO DIA

Diana, José de Anchieta e Ricardo de Andria.