Presentes no Salão do Automóvel de Detroit, as direções da Ford e General Motors no Brasil anunciaram investimentos para renovação da linha de produtos, tecnologia e ampliação da capacidade nos próximos três anos - parte destes recursos aplicados no Grande ABC.
A estratégia não é isolada. Faz parte da ação dos grandes fabricantes para tentar manter sua participação de mercado diante do avanço de marcas em ascensão, que tomaram participação em 2010 das montadoras que são tradicionais líderes em vendas.
A previsão da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) é que os investimentos somem R$ 11,2 bilhões até 2012, em diversos segmentos da cadeia.
Acompanhado da presidente da General Motors do Brasil, Denise Johnson, o executivo responsável pela operação da montadora em toda a América do Sul, Jaime Ardila, anunciou em Detroit concentração maior de investimentos em 2011, ano em que vai aplicar R$ 2 bilhões no País.
Também o presidente da Ford do Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, disse que a renovação da linha de produtos da companhia, inclusive em caminhões, visa sustentar o crescimento da empresa nos próximos anos.
"Como terceiro maior mercado para a General Motors em todo o mundo, vamos reforçar nossa atuação para continuar oferecendo produtos desejados pelos consumidores brasileiros", afirmou Ardila. "Para a Ford, o Brasil, que é a locomotiva do mercado sul-americano, é estratégico", disse Oliveira.
O diretor-geral de comunicações e relações públicas da GM, Marcos Munhoz, comemorou o fato de a GM ter ampliado, no ano passado, o ritmo anual de vendas, cujo volume vinha crescendo em 50 mil unidades nos últimos anos.
Precisamente, a montadora de São Caetano somou 657.274 emplacamentos em 2010 - crescimento de 10,4% sobre as 595.525 de 2009. O volume subiu 62.203, o que fez com que a GM quase conseguisse acompanhar o mercado, que cresceu como um todo 11,9% em 2010, alcançando 3,515 milhões de unidades.
Entre as líderes, o menor crescimento em 2010 foi da Fiat. A montadora com sede em Betim (MG) vendeu 760.489 veículos - alta de 3,2% sobre os 736.970 comercializados em 2009. Ao somar 23.519 unidades a mais que em 2009, a Fiat perdeu participação de mercado, passando de 23,%, em 2009, para 21,06% em 2010.
Já as vendas da Volkswagen no Brasil cresceram 3,8% no ano passado. A montadora sediada em São Bernardo vendeu 753.324 unidades contra 725.882 em 2009. Com um volume de 27.442 unidades a mais, a VW também perdeu participação de 1.7 ponto percentual, passando de 23,1% para 21,4%.
Entre as quatro grandes, a Ford foi a única que cresceu além do mercado. A fabricante passou de 323.823 unidades comercializadas, em 2009, para 364.017 em 2010. O volume vendido subiu 12,4%, ou seja, 40.194 unidades a mais. Com isso, o market share passou de 10,3% para 10,4%.
Quem mais tomou participação das líderes foram Renault, Hyundai e Kia, esta última apenas importadora.
A Renault passou de volume de 117.540 unidades, em 2009, para 160.322 em 2010 - alta de 36,4%. O share passou de 3,7% para 4,6%. Já a Kia saltou de 24.148 para 54.463 - crescimento de 125%. Sua participação saltou de 0,8% para 1,5% das vendas gerais no Brasil. A Hyundai cresceu 49,2%.
Novas marcas importadas, como a chinesa JAC, vão entrar no mercado brasileiro neste ano com a meta de derrubar ainda mais a participação dos grandes fabricantes.
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