Prefeitura havia decidido encerrar as atividades no fim do mês, mas reconsiderou depois de oscilação nos registros da semana
Dois dias depois de anunciar que iria encerrar no fim do mês as atividades do hospital de campanha, que ocupa área dentro do Hospital São Caetano, no bairro Santo Antônio, o prefeito são-caetanense José Auricchio Júnior (PSDB) voltou atrás e decidir adiar o fechamento do equipamento provisório, que dá assistência aos doentes infectados pela Covid-19. Segundo o chefe do Executivo, a oscilação no número de casos e mortes nos últimos dias influenciou a decisão, tomada em conjunto com a secretária de Saúde do município, Regina Maura Zetone.
“Despachei hoje (ontem) com a Regina. Não dá para ter essa garantia (de que a rede municipal vai suportar a demanda). Decidimos que não vamos desativar (o hospital de campanha). Todo dia são 15 a 20 doentes rotativos. Como pensar em desativar? Não dá. Não são os mesmos 15 a 20. Dá alta, vem outro. Não dá para pensar em desativar. Tinha pedido a ela, a Regina tinha me colocado essa dificuldade. Hoje (ontem) ela colocou essa condição de novo, não tem como, não há como assumir esse compromisso”, argumentou Auricchio.
Apenas nesta semana, em cinco dias, São Caetano já acumula dez mortes ocasionadas pela Covid-19, maior número deste as 11 perdas acumuladas na semana de 7 a 13 de junho. Como ainda restam os dados de hoje e amanhã, é grande a chance de o município viver a pior semana desde o início da pandemia. Em relação aos casos, foram dez novos pacientes diagnosticados com a doença.
Auricchio lamenta que nem toda a população é cautelosa. “Estou muito preocupado. Estamos na faixa amarela do Plano São Paulo, mas com muita angústia. A gente percebe que há compromisso por parte da população, mas há aqueles que não entendem (a necessidade de ficar em casa). Flexibilização não é sinônimo de fim de pandemia, estamos na vigência da pandemia. Estamos em curva de possível estabilização, com picos de escapes. (Esse é o) Resultado preliminar do inquérito epidemiológico e a curva é ascendente. Abrir parque é você minimamente ir para fazer caminhada. Se não precisar, não vá. O shopping é para ir em extrema necessidade. Os doentes estão chegando muito mais graves, o número de idosos muito grande. Significa que ou o idoso não respeita o isolamento ou o jovem que mora com ele traz o vírus para casa. Estamos em momento de alto número de infectados e aumento do grau de complexidade dos pacientes. É um paradoxo”, desabafou o prefeito.
O hospital de campanha de São Caetano conta com 100 leitos de enfermaria e dois de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que são utilizados apenas para estabilização dos quadros de saúde e, no caso de agravamento, o paciente é transferido para Hospital Maria Braido, que possui ala de emergência exclusiva para pessoas diagnosticadas com a Covid-19 em estado grave.
De acordo com o boletim epidemiológico enviado ontem pela Prefeitura, havia 15 pessoas internadas nas enfermarias do hospital de campanha, mas a situação geral no município começou a se agravar.</CW> A ocupação dos leitos exclusivos para o tratamento da Covid-19 na enfermaria é de 74% e, na UTI, 32%. No total, 105 pacientes receberam alta médica após passarem pelo hospital de campanha desde quando o espaço foi inaugurado, dia 17 de abril.
Já Santo André, que conta com três hospitais de campanha, mantém a decisão de encerrar, em agosto, a estrutura montada no Estádio Bruno Daniel. (Colaborou Raphael Rocha)
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