Milhares de pessoas seguem protestando hoje contra o governo do presidente Hosni Mubarak no Egito. Os manifestantes querem a saída dele do governo e a tomada de ações para o país se tornar uma democracia, além de melhores condições de vida. O ministro da Defesa egípcio, Mohammed Hussein Tantawi, também vice-primeiro-ministro, inspecionou o protesto contra o regime na Praça Tahrir, no centro do Cairo, segundo um fotógrafo da France Presse. A televisão estatal recomendou às pessoas que evitem o epicentro dos protestos contra o presidente, agora em seu 11.º dia.
Um fotógrafo da France Presse relatou que Tantawi chegou à multidão cercado por soldados, que pediram aos manifestantes que se sentassem. "O homem (Mubarak) disse que não concorrerá de novo", disse o ministro à multidão, referindo-se ao anúncio desta semana do presidente de que não pretende concorrer à reeleição em setembro. Aos 82 anos, Mubarak está no poder desde 1981.
Tantawi também repetiu o pedido para que o mais organizado grupo oposicionista, a Irmandade Muçulmana, dialogue com o governo. Ontem, o vice-presidente Omar Suleiman pediu à Irmandade Muçulmana que inicie um diálogo, mas o grupo negou categoricamente estar disposto a conversar antes do fim do "regime ilegítimo" de Mubarak, segundo um porta-voz.
No fim do dia de ontem, o almirante Mike Mullen, principal liderança militar dos EUA, afirmou que comandantes do Exército egípcio se comprometeram a não disparar nos manifestantes oposicionistas. Mullen disse, em entrevista à TV norte-americana, que estava trabalhando para manter os canais de comunicação abertos com os militares egípcios - atores cruciais nesta crise - e expressou seu desejo por um fim da violência. Mullen lembrou que a reputação dos militares é bastante boa no Egito. Os confrontos entre partidários e opositores de Mubarak na quarta-feira e ontem deixaram pelo menos oito pessoas mortas e mais de 900 feridas.
A administração do presidente dos EUA, Barack Obama, tem pressionado pela renúncia de Mubarak. Ontem, o governo americano pediu ao Egito que comece o diálogo pela transição "imediatamente". Além disso, estaria pressionando pela renúncia imediata de Mubarak. O jornal The New York Times informou que Washington estava discutindo com funcionários egípcios um plano para Mubarak entregar o poder a um governo de transição, liderado pelo vice-presidente Omar Suleiman.
A reportagem do jornal, que cita funcionários do governo Obama e diplomatas árabes, afirma que os EUA buscam o apoio dos militares egípcios, mesmo que o próprio Mubarak resista à ideia. As informações são da Dow Jones.
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