Cobrado por investidores brasileiros e estrangeiros, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu, ontem, que o governo Jair Bolsonaro demorou a tomar as medidas necessárias para combater o desmatamento na região amazônica.
Segundo ele, as ações ocorreram com cerca de cinco meses de atraso. Mourão também considera que os índices de
desmatamento na Amazônia Legal chegaram a um nível inaceitável em 2019 e que este ano ainda não será melhor do que 2019.
"Em termos de desmatamento, não será melhor (em 2020) do que no ano passado, posso dizer isso tranquilamente porque nós deveríamos ter começado o combate ao desmatamento em dezembro do ano passado ou, no mais tardar, em janeiro deste ano. Fomos começar em maio, o Conselho (da Amazônia) foi criado só em fevereiro", disse Mourão em videoconferência promovida pela Genial Investimentos.
O vice destacou que também não havia recursos suficientes para atuar no combate ao desmatamento. "Vamos lembrar que estamos com todos os recursos do governo carreados para o enfrentamento da pandemia (da covid-19). Até agora não tínhamos conseguido nenhum recurso extra para as operações que estão sendo realizadas", disse. "Em termos de desmatamento não será melhor (este ano), mas, em termos de (diminuição das) queimadas, sim", acrescentou.
Na semana passada, o Estadão/Broadcast revelou que a operação Verde Brasil 2, anunciada no início de maio, executou, até o momento, apenas 0,7% de seu orçamento previsto, um engessamento que tem impactado diretamente a operação e que já paralisa ações de campo.
Segundo Mourão, o Brasil começou a registrar um aumento expressivo no desmatamento e nas queimadas a partir de 2012, o que se intensificou no ano passado e gerou forte reação internacional: "Até que, no ano passado, tivemos uma alta bem grande do desmatamento e que chamou atenção do resto do mundo a esse respeito."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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