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Igreja Católica acolhe os doentes
Do Diário do Grande ABC
02/07/2020 | 23:59
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Os dados mais recentes sobre o novo coronavírus nas grandes cidades confirmam que a doença pode ser dez vezes mais letal nas regiões mais pobres, a exemplo das periferias dos grandes municípios, onde as pessoas já sofrem com várias outras dificuldades. A Covid-19 escancara, mais uma vez, a desigualdade social no Brasil. O vírus foi introduzido no País por cidadãos que viajaram ao Exterior e se contaminaram. No entanto, a doença mata cada vez mais os pobres.

A velocidade com a qual o vírus se dissemina acaba atingindo expressivamente a população que reside em comunidades carentes de água potável e de esgoto, que depende do transporte público para se locomover, que compartilha a moradia com muitas outras pessoas sem poder evitar aglomerações. Diante desse cenário, é providencial lembrarmos a campanha da fraternidade deste ano, em que o papa Francisco se inspira no Evangelho de Lucas. Com o lema Viu, Sentiu Compaixão e Cuidou Dele, em referência à parábola do Bom Samaritano (Lc 10,34-35), fala justamente sobre a necessidade de servirmos de forma carinhosa ao próximo e, assim, impactarmos a vida de tantos que sofrem abandonados à margem.

A medicina é parte disso e, como pontuado por sua santidade, por definição, ‘está a serviço da vida humana, de todas as pessoas’. Não poderia ser diferente, portanto, que a Igreja Católica se mobilizasse e colocasse à disposição de governos municipais e estaduais seus espaços paroquiais, casas de retiro, centros esportivos e áreas ao ar livre para acolher os afetados.

A tradição católica de cuidados com a saúde deixou seu legado secular que, num momento como este, continua ao nosso alcance. Hoje, em todo o Brasil, milhares de paróquias estão presentes no cotidiano dos bairros carentes, em lugares onde o Estado não alcança. São espaços que podem ser transformados em leitos temporários, para atender aos doentes por Covid-19 nas regiões periféricas. A Pró-Saúde, entidade filantrópica conduzida por religiosos que atua com gestão hospitalar há 52 anos e atende cerca de 1 milhão de pacientes por mês, também dispôs de seu capital humano profissional para atuar na instalação e operacionalização desses espaços de atendimento.

É gesto importante e alternativa que, para virar realidade, precisa ser incorporada à estratégia das autoridades públicas. Na iminência de o sistema de saúde entrar em colapso é importante celeridade nas ações. Conhecemos o sofrimento diário das famílias que vivem nas periferias e o alívio para nossos irmãos depende de esforço coletivo e organizado para evitar situações dramáticas.

Dom João Bosco Óliver de Faria é arcebispo emérito de Diamantina, Minas Gerais, e presidente da entidade filantrópica Pró-Saúde


PALAVRA DO LEITOR

Boa ação
Quando tenho de criticar, critico! Mas agora quero dar nota 1.000 ao governo do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, pela testagem a pessoas de 60 a 70 anos. Parabéns!
Fernando Zucatelli
São Caetano

Prefeitura
Estranho as críticas que a administração da Prefeitura de São Bernardo está recebendo ultimamente. Primeiro a construção de supermercado em terreno doado, agora, sobre a poda das árvores (Setecidades, ontem). Quando da construção de condomínio nessa mesma área houve também os contra e, agora, sobre a vinda de supermercado deveriam apoiar a geração de empregos. Sobre a poda de árvores, se acontecesse algum acidente com a queda iriam dizer que a culpa é devido não terem feito poda. Acho que deveriam pensar nas melhorias ao invés de criticar. Será devido ser época de eleição?
Keiko Sakata
São Bernardo

Na roça
O povo brasileiro, como prega no ditado popular, ‘está na roça’ com essa política praticada no Brasil. Oposição acusando quem é da situação, e vice-versa, de corruptos, formadores de quadrilha etc. É tal e qual o roto falando do esfarrapado, pois são farinha do mesmo saco. E o que mais preocupa a população, que tem caráter, honestidade, dignidade – e, ao que tudo indica, se for controlada a tal pandemia –, é que será ano de eleições. Portanto, as pessoas que torcem para um Brasil melhor ficam naquela triste situação que se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Infelizmente essa é a realidade da política brasileira, em que nossas autoridades, que deveriam ser responsáveis pelo bem-estar da Nação, estão tapando o sol com a peneira, se aliando com Deus e o diabo, fazendo deste País uma terra de ninguém.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Fake news
Quando projeto de lei interessa aos parlamentares, a tramitação no Legislativo é muito rápida. Quero ver também a mesma agilidade na aprovação da prisão em segunda instância, cujo projeto está parado do jeito que a politicada gosta. Tem de haver cobrança da sociedade e imprensa para aprovação, que é tão urgente quanto o projeto das fake news.
Walmir Ciosani
São Bernardo

‘Horrível’
Dando uma de ‘João sem braço’, o presidente Jair Bolsonaro declara, no corredor do ódio do Alvorada, que ‘educação brasileira está horrível’. Se tivesse o presidente um mínimo de dignidade institucional teria dito: ‘A educação brasileira está horrível, também por culpa de meu governo, que, em pouco mais de 18 meses de gestão, nada fez para melhorar a transferência de conhecimento para os estudantes filhos desta Pátria’. Ora Bolsonaro, não fuja das suas responsabilidades, assuma seus graves erros! Não basta ter abandonado o País no enfrentamento desta pandemia da Covid-19, sem se sensibilizar pela dor das famílias pelos mais de 60 mil óbitos? Não finja, comece a governar esta Nação. E, urgentemente, vá ao mercado atrás dos muitos competentes especialistas que existem no País para o Ministério da Educação.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

Responsabilidade
Ninguém tem dúvida de que multar motorista em todo o País virou a galinha dos ovos de ouro dos gestores municipais. Pensando nisso, veio o projeto do presidente Jair Bolsonaro para alterar o Código de Trânsito Brasileiro, que mais parecia ter saído de algum sindicato de motoristas ressentidos. O exemplo mais chocante era a proposta de diminuir a punição para o transporte de crianças sem a cadeirinha. Em vez de levar multa por infração gravíssima, acumular sete pontos na carteira e ter o veículo retido, como prevê a legislação hoje, o motorista negligente sofreria mera advertência. Por fim, o Congresso, felizmente, não se encolheu diante da obrigação de frear os excessos do presidente. Os deputados não só impediram a mudança como detalharam a exigência do assento especial para crianças até 10 anos que não tenham atingido 1,45 metro de altura. Como nas pistas, legislar exige respeitar as balizas da precaução. Ou seja, na dúvida, não ultrapasse, e respeite o próximo. A vida não tem preço.
Turíbio Liberatto
São Caetano 




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