Política Titulo Denúncia
Estado descarta afastar Reple do comitê especial do coronavírus

Secretário de Saúde de São Bernardo foi acusado pelo MPF na Operação Prato Feito, assim com o o prefeito Orlando Morando

Por Fábio Martins
Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
30/06/2020 | 23:59
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O governo de São Paulo, chefiado por João Doria (PSDB), descartou eventual afastamento do secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, da composição do comitê estadual de contingenciamento do coronavírus – órgão que ele integra desde o começo da pandemia –, mesmo diante da acusação formal do MPF (Ministério Público Federal), no âmbito da Operação Prato Feito, sobre envolvimento do médico em esquema de fraudes em contratos emergenciais para forçar vínculo com outras empresas, entre elas a Nutrivida Alimentação e Serviços.

“O governo de São Paulo informa que Geraldo Reple Sobrinho participa do centro de contingência do coronavírus por presidir o Cosems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo). O secretário de Saúde de São Bernardo contribui com a sua experiência na área para formulação de políticas públicas para combate à pandemia, de forma voluntária”, sustentou o Palácio dos Bandeirantes, por nota. Doria esteve ontem na cidade gerida pelo fiel escudeiro, Orlando Morando, principal alvo da denúncia do MPF.

Reple foi responsável pela assinatura do acordo com a Nutrivida, e suas prorrogações (para alimentação a equipamentos da saúde), que somaram R$ 30,4 milhões. Embora considerado quadro técnico, ele é filiado no PSDB de São Bernardo. Ficou no cargo de superintendente do Hospital Mário Covas – gerido pelo Estado – pelo período de dez anos.  

Vereadores, até mesmo os da oposição, evitam comentar episódio

Na primeira sessão da Câmara de São Bernardo depois de o Diário mostrar que o prefeito Orlando Morando (PSDB) foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) na Operação Prato Feito, a base de sustentação do chefe do Executivo e até mesmo setores da oposição evitaram o tema.

A equipe do Diário acompanhou os trabalhos pela manhã e tentou conversar com diversos vereadores a respeito – nenhum utilizou a tribuna para se manifestar sobre o caso. A maioria alegava que não poderia conversar naquele momento. Outros ignoravam o pedido.

Um dos raros a se pronunciar a respeito, o líder do governo na casa, Pery Cartola (PSDB), disse que “não tinha muito o que falar porque não acompanha em detalhes o processo” envolvendo o prefeito.

O parlamentar Julinho Fuzari (DEM), que foi procurado para comentar o assunto na segunda-feira pela equipe do Diário e não havia se manifestado, declarou que não atendeu aos telefonemas por estar em agenda. Novamente questionado, sintetizou: “Vamos ver, vamos ver”.

O vereador José Luís Ferrarezi (PT) pediu prudência. “É bom aguardar todas as investigações, até para que não haja nenhum tipo de injustiça. Diferentemente do que fez o próprio prefeito (Morando) quando apontou o dedo para muitas pessoas em relação ao Museu do Trabalhador e que no fim não deu em nada”, declarou o petista, em relação ao processo que apontava denúncias no governo de Luiz Marinho (PT).




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