Política Titulo São Bernardo
Oposição critica lista de casos de corrupção no governo Morando
Por Raphael Rocha
30/06/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


A formalização da denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), e mais 12 pessoas, no âmbito da Operação Prato Feito, foi mais um capítulo na lista que só cresce de episódios de corrupção envolvendo o governo tucano, segundo avaliaram lideranças da oposição.

No domingo, o Diário revelou com exclusividade que a procuradora regional da República Elizabeth Mitiko Kobayashi apresentou denúncia ao TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) contra Morando por peculato (desvio de recursos públicos), crime contra a administração pública, corrupção, fraude de licitação e organização criminosa em contratos da merenda escolar e da alimentação na área da saúde – o tucano nega as irregularidades.

Ex-prefeito de São Bernardo e pré-candidato do PT ao Paço, Luiz Marinho disse que parte do “princípio que a pessoa só será considerada culpada após o trânsito em julgado do seu processo”. “Mas a quantidade de denúncias de corrupção envolvendo o governo Orlando Morando é assustadora. E dizem que tudo o que saiu até agora não é nem a ponta do iceberg desse rosário de corrupção.”

O pré-candidato a prefeito pelo PSL, vereador Rafael Demarchi, lembrou que a mesma operação, a Prato Feito, levou o prefeito de Mauá para a cadeia em 2018. “A denúncia é gravíssima. É sobre fraude em licitação para superfaturar a merenda de São Bernardo. A Polícia Federal já havia solicitado o afastamento do prefeito no comando do Paço. Foi nesta operação que o prefeito Atila Jacomussi, de Mauá, foi preso, que resultou na cassação de outros políticos. Muito triste para São Bernardo ter mais uma denúncia de possíveis desvios de dinheiro público para favorecimento pessoal, ainda mais que ele concorrerá à reeleição.”

Pré-prefeiturável neste ano em São Bernardo, Leandro Altrão (PSB) disse que a denúncia contra Morando “envergonha a cidade”. “Minha avaliação é que ele (Morando) deveria se afastar do cargo. Dar paz para a cidade enfrentar os problemas, como desemprego e a Covid. Quem é prefeito precisa estar livre para se dedicar e ter foco para a cidade, não ficar respondendo a intimação policial, processos”, citou. “Já que a Câmara não cumpre seu papel e está submissa a ele, o prefeito deveria ter a humildade e se afastar do cargo para responder as demandas, ter esse gesto nobre.”

Presidente do PT de São Bernardo, Cleiton Coutinho também citou a presunção de inocência, entretanto, ponderou sobre o volume de casos de corrupção no governo tucano – lembrou, por exemplo, da operação policial que apontou venda de licenças ambientais quando o vereador afastado Mario de Abreu (PDT) era secretário de Gestão Ambiental. “Parece ser só uma pontinha de todo emaranhado de denúncias de corrupção que surgem neste governo. A população de São Bernardo não aguenta mais governo envolto a corrupção.”

ALIADOS

Presidente da Câmara, Juarez Tudo Azul (PSDB) disse que acompanha a situação jurídica do prefeito e que prefere aguardar o desfecho para se posicionar sobre o episódio.
A equipe do Diário procurou duas figuras que se aproximaram de Morando recentemente, casos do deputado federal Alex Manente (Cidadania) e do vereador Julinho Fuzari (DEM). Ambos não retornaram aos contatos. O presidente do PSDB local, Adelmo Oliveira, foi outro a não atender os telefonemas. 




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