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Opiniões
Por Do diário do Grande Abc
08/06/2020 | 12:15
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Costumo escrever sobre meus valores e crenças, sem me aventurar em análises sociológicas, políticas ou técnicas sobre assuntos os quais não me sinto capacitado ou qualificado. Por isso, quando faço algum comentário procuro fazê-lo com fundamento nas minhas convicções íntimas, fruto de minha experiência de vida, meus estudos profissionais e fatos de que tenha comprovação ao menos documental.


Eis que, em tempos de globalização, de tecnologia da comunicação e expansão das fronteiras do conhecimento, surgem e se expandem rapidamente o que hoje se denomina de ‘mídia social’ trazendo profunda alteração na forma, origem e velocidade de divulgação dos fatos da vida pública, social e política do País e do mundo.


Segundos após um fato, ele está sendo objeto de conhecimento e exame por milhares ou milhões de pessoas, cada qual com diferentes graus de cultura, formação intelectual, ideologia etc. Nesse novo formato, em que pese bem-vinda dose de democratização do conhecimento, as informações são agora transmitidas não somente por profissionais de comunicação jornalística, que de uma forma ou de outra tinham deveres legais, padrões éticos e compromissos morais, de credibilidade e responsabilidade.


Recebemos diariamente enxurrada de ‘opiniões’ e ‘comentários’ que têm como base o pensamento e os valores de pessoas desconhecidas, e que por vezes são técnica e moralmente desqualificados para apreciar com lisura e isenção o assunto sobre o qual se manifestam. Não são jornalistas com formação intelectual, ética e moral. Não apresentam fatos. Trazem versões, segundo seus interesses pessoais.


Creio que nos acostumamos em comprar tudo pronto. E, assim, também optamos por obter e dividir opiniões obtidas pelo delivery da mídia social, no que parece ser fenômeno de ‘indolência mental’. Aceitamos ‘opiniões’ eivadas de intolerância e com ranço de autoritarismo, com acusações sobre a reputação das pessoas sem ter qualquer base concreta, isenta e verossímil.


Aceitamos e compartilhamos opiniões travestidas de ‘notícias’, carregadas de interesse pessoal, político ou ideológico, construídas sobre fatos inexistentes ou distorcidos, e com objetivos indignos e muitas das vezes desonesto. Assistimos à morte da honestidade de princípios, do respeito ao direito da divergência e do contraditório, da tolerância, da solidariedade e da urbanidade. Pessoas com opiniões diferentes de certos grupos ideológicos são tratadas como inimigos e verdadeiros criminosos, simplesmente porque tem visão histórica, conhecimento intelectual e talvez apenas experiências de vida diferentes.

A primeira vítima dessa guerra é a verdade, diria Hiram Johnson.

Deraldo Dias Marangoni é economista e advogado.

Palavra do Leitor


Prioridades
Li semana passada que o presidente Bolsonaro transferiu R$ 83,9 milhões de dinheiro do Programa Bolsa Família para a Secretaria de Comunicação Institucional da Presidência. Esse montante deveria ter ido para a região Nordeste, para socorrer pessoas em extrema pobreza, que necessitam muito dele, talvez o único que tenham para prover as necessidades básicas. E vejam que absurdo desse sujeito: relatório feito a pedido da CPI das Fake News identificou mais de 2 milhões de anúncios pagos com grana dessa secretaria em sites que propagam notícias falsas, as fake news, aplicativos de celular e canais do YouTube que veiculam conteúdo pornográfico e outros de investimentos ilegais. É essa a prioridade deste governo. É este o defensor da população?
Marcelo Lupi Trancozo
Mauá

Próximo passo?
Pergunto aos manifestantes que empunham – que tomaram de assalto – a Bandeira do Brasil como se esse símbolo nacional fosse deles, para mostrarem-se favoráveis aos desmandos do presidente da Nação: como pessoas continuam morrendo, qual o próximo passo desse genocida, fascista, para o combate ao coronavírus?
Lucas Bentanai
São Caetano

Estagnado
Em São Paulo o ensino é nota zero, o aluno é aprovado e se forma sem aprender, não sabe o Hino Nacional, quebra carteiras e depreda a escola, bate no professor e recebe elogio dos pais. Meninas bebem, falam palavrões, se drogam e engravidam aos montes. Por não ter havido controle da natalidade, o que sempre sugeri, somos quantidade sem qualidade. Milhões recebem o Bolsa Família, cesta básica, auxílio-aluguel, creches, escolas, merenda e transporte para os filhos, ‘tudo de graça’. Políticos brigam de olho na reeleição e o povo, indisciplinado, exige direitos sem obrigações. Nem a terrível pandemia matando milhares de pessoas, inclusive médicos e enfermeiros, nem a quarentena respeitam. Ruas e praças movimentadas, gente bebendo, jogando e pancadões acontecendo deixam claro ser este o País que não vai para frente!
Nilson Martins Altran
São Caetano

Compensa?
Neste meu querido Brasil está mais do que provado que o crime compensa. Prova cabal disso é o retorno da vereadora Elian Santana à Câmara de Santo André (Política, dia 2), afastada desde 2018 porque no gabinete dela, o mesmo que ela volta ocupar, existia esquema para enganar o sistema do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ou seja, foi eleita para ser representante da população, não o fez, agiu de má-fé e agora volta, como se nada tivesse acontecido, negando as irregularidades, claro. Que moral tem a Justiça deste País? A Câmara andreense é um circo, mas nós, os pagadores de impostos, somos os palhaços. Essa senhora não me representa. E o cidadão que havia assumido no lugar dela, também nunca tinha ouvido falar. O que dizer, então, da atuação dele nesse tempo? Elian, de nada adiantou seu pedido de desculpas, porque não foram só ‘transtornos’ (dia 5). A senhora é mais um dos maus exemplos da política no Grande ABC. E, por favor, tenha honradez de desistir da vida pública, já que a Justiça é cega, surda, muda, boazinha, complacente, serviçal...
Lucimara Laurindo
Santo André

Na torcida
Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), agendou para amanhã o julgamento de duas Aijes (Ações de Investigação Judicial Eleitoral), apresentadas por Marina Silva e Guilherme Boulos, adversários de Bolsonaro em 2018 na corrida à Presidência – pedem a cassação do filhote da ditadura e do vice-presidente Hamilton Mourão, por irregularidades na campanha mentirosa que os levou ao comando da Nação. As peças afirmam que hackers invadiram conta de grupo no Facebook com objetivo de beneficiar a chapa do fascista. Antes do ataque cibernético, o grupo chamava-se ‘Mulheres Unidas Contra Bolsonaro’ e, após atuação dos hackers, ‘Mulheres com Bolsonaro #17’. Amanhã é dia de torcer para que, enfim, haja boa notícia com a condenação e, se tudo der certo, o banimento de ambos do cenário político do Brasil. Fora, Bolsonaro. Somos todos 70%. Professora contra o fascismo.
Thaís Thamara Teles
São Bernardo

Sombrio
Bolsonaro enganou muita gente. E esse pessoal iludido comete outro erro ao não admitir que votou equivocadamente. Reforça o erro ao defender este presidente, que não esteve, não está nem nunca estará preocupado com o bem-estar da população brasileira. Ele dá de ombros ao caos instalado no País devido ao avanço da pandemia do coronavírus, grande parte culpa do próprio Bolsonaro por ausência de ações no combate ao vírus mortal. Já estamos há muitos dias sem ministro da Saúde e o que lá está interinamente é apenas figura decorativa. E o presidente, além de não se preocupar, ainda procura piorar a situação, já que vetou o uso de aproximadamente R$ 8,6 bilhões, oriundos do saldo remanescente do FRM (Fundo de Reservas Monetárias), dinheiro que poderia auxiliar nessa guerra contra inimigo invisível e que já tinha sido aprovado seu uso pelo Congresso (Política, dia 4). E piora a batalha travada contra governadores, já que a grana seria dividida entre Estados e municípios para estruturação de prevenção à pandemia. Não é por acaso que o Brasil bate recordes diários no número de mortos e infectados pela Covid. Enquanto Bolsonaro estiver à frente da Nação o horizonte será assim, cinzento, umbrífero.
Nice do Carmo Veras




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