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Reforma vira diversão durante a pandemia

Colocar a ‘casa em ordem’ tornou-se programa familiar para quem teve a rotina modificada

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
01/06/2020 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 Saudade de passear, de rever pessoas queridas, de sentir que a vida voltou à normalidade, é desejo da maioria das pessoas. Alguns, entretanto, estão aproveitando o isolamento social por conta da pandemia da Covid-19, para dedicar mais tempo ao lar e, com isso, as ideias borbulham. Atividades que antes chegavam a causar aborrecimento, como pintar uma parede, podem se tornar algo prazeroso e até mesmo terapêutico.

Em São Bernardo, no apartamento de Arianne Dorador, 32 anos, tem sido assim. Representante comercial de uma indústria siderúrgica, ela ainda tem saído para trabalhar, apesar da pandemia. Mas, além da profissão, tinha agenda bem intensa. Com a necessidade do isolamento, as outras atividades foram suspensas e o tempo livre aumentou sensivelmente.

“Ficando em casa a gente começa a perceber coisas que antes não percebia, que passavam batido na correria do dia a dia”, explica. Recentemente ela solucionou o defeito apresentado pelo interfone. Em virtude da pandemia, o técnico não apareceu para o reparo. Sem alternativa, pesquisou vídeos no YouTube, juntou o que viu com o pouco que conhecia de elétrica, colocou a mão na massa e, por conta e risco, arrumou o aparelho.

“Estamos mexendo nas paredes, pretendo pintar as portas e mudar móveis de lugar. Arrumar a casa, consertar algo que está quebrado, é uma terapia excelente”, afirma. Com essas atividades, até as filhas, Victoria, 7, e Evelyn, 4, entram na onda. “Elas já conhecem até os nomes das ferramentas. Eu peço para pegar uma chave de fenda e elas sabem qual é. Isso é bom, tanto para a casa, que acaba ficando mais bonita, quanto para nós, que passamos mais tempo em família”, exemplifica.

Na residência da corretora de imóveis Luciana Gaeta, 43, em São Bernardo, os olhos reparam em cada cantinho, ainda mais agora que ela e o marido, Luciano Barbosa, 44, também corretor, passam praticamente todo o tempo dentro do apartamento. Eles estão em home office, cumprindo a quarentena rigorosamente. As saídas são apenas para realizar as compras no supermercado.

O casal já queria fazer alguns reparos no imóvel, mas com a vida corrida, nunca sobrava tempo, sequer para achar quem os fizesse. “Trabalhando em casa, a gente começa a olhar as coisas e fala: ‘vamos aproveitar e fazer algo’. Meu marido começou a pintar as portas. Primeiro uma, depois deu sequência. Quando você fica enfiado em casa 24 horas, começa a reparar mais no que precisa ser feito”, explica.

Entre os filhos do casal, Julia, 20, e Heitor, 15, ela é quem mais participa das arrumações. Principalmente quando o assunto é decoração, segundo Luciana. “Julia adora escolher as coisas, cores de parede”, diz. O irmão, por sua vez, concorda com tudo.

Agora, a família pretende pintar a sala e dois quartos. “É oportunidade de estar em casa e ter um pouco mais de tempo para ir cuidando das coisas”, afirma ela. A animação é tanta que quando Barbosa estava pintando a porta da cozinha, Luciana já pensou em comprar umas prateleiras para a lavanderia, tirar um armário, “dar uma repaginada”, se empolga.

E assim como tem sido para Arianne, na casa de Luciana não é diferente. “Acabamos tendo mais contato com nosso lar”, diz. É legal. Tudo o que é novidade, modificação, traz outro astral para a casa, traz prosperidade, energia boa”, encerra a corretora de imóveis.




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