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Doria sinaliza afrouxar quarentena no Estado

Governador tucano fala em flexibilização regionalizada,
levando em consideração realidades locais

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
26/05/2020 | 00:34
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Divulgação


O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), antecipou ontem a flexibilização gradual e heterogênea da quarentena a partir do dia 1º de junho. A decisão, portanto, estende o atual período de medidas restritivas contra a pandemia de coronavírus, que se encerra no domingo e é adotado de forma homogênea no Estado.

Em entrevista à GloboNews, o tucano afirmou que irá anunciar amanhã, com detalhes, os novos procedimentos, mas adiantou que pretende implementar afrouxamento de algumas regiões, o qual ele chamou de quarentena inteligente, levando em consideração as realidades locais, justamente por observar as particularidades de cada território.

“Não é imaginável que possamos não ter nova quarentena a partir do dia 1º, mas será inteligente. Vai levar em conta toda a regionalização do Estado, Interior, Capital, Região Metropolitana e Litoral. A decisão não será homogênea, como até agora foi, porque ela precisava ser. Agora temos condições de fazê-la heterogênea, seguindo orientação do comitê de saúde”, disse Doria. O Grande ABC integra a Região Metropolitana de São Paulo, formada por 39 municípios. O que não ficou claro no posicionamento é se as sete cidades, por exemplo, assim como as demais que compõem o bloco, incluindo grandes e distantes localidades, como Guarulhos e Osasco, ficarão na esteira da Capital.

“Medidas tomadas para a Capital e na Região Metropolitana não serão as mesmas adotadas para o Interior, assim como medidas para o Litoral, interpretando dados do Litoral, não serão as mesmas da Capital e Região Metropolitana ou do Interior. Para ter visão justa e correta, não penalizar quem não precisa ser penalizado e não afrouxar onde não se pode”, pontuou. O Grande ABC tem quadro atualizado de 5.382 casos confirmados e 493 mortes. Outros pontos que devem entrar no cômputo envolvem estrutura da rede de atendimento à Covid-19, capacidade de leitos, número de curados e índice de isolamento físico.

O Diário registrou ontem que Santo André, gerida por Paulo Serra (PSDB), ao lado de outras cidades, como Campinas, com assento na direção da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), tenta puxar fila de debate pró-autonomia dos municípios junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), visando obter liberdade para ações na quarentena, imposta pelo Estado desde fim de março. O Paço andreense, bem como Diadema, caminhou para flexibilização gradativa, só que o Ministério Público barrou a iniciativa. Conforme decisão da Corte, as cidades têm direito apenas a endurecer as regras estaduais, e não afrouxar.

Doria descartou de antemão a hipótese de aplicar lockdown neste momento, situação cogitada. “Neste exato momento não vamos decretar lockdown nem na Capital nem em nenhuma outra cidade do Estado, o que não implica que não venhamos a recomendar algumas medidas adicionais em locais onde há necessidade de melhorar o índice de isolamento e, principalmente, reduzir índice de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).” 




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