O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), explicou que os senadores petistas decidiram, por unanimidade, não aceitar uma CPI isolada. A líder do PT na Casa, Ideli Salvatti (SC), avaliou que "não se pode querer olhar apenas um caso de corrupção eleitoral". Ela afirmou que o PT só aceita a CPI se for para "investigar tudo".
Os petistas citaram a empresa Asa Branca como um dos alvos da CPI ampla. Ela está ligada ao financiamento da campanha presidencial de José Serra (PSDB), que para setores do PT está por trás das denúncias contra Diniz.
Mercadante ressaltou que a investigação da denúncia contra o ex-assessor não resolve o passado e pediu uma agenda positiva para o Congresso, com a discussão do financiamento público de campanha. "Vamos aprovar o financiamento público de campanha e quem pedir dinheiro ou der dinheiro vai preso".
Bicheiro - O assessor exonerado, que havia sido indicado pelo ministro José Dirceu (Casa Civil), pediu propina para um bicheiro em 2002 quando era presidente da Loterj. O dinheiro seria usado, segundo Waldomiro Diniz, para financiar campanhas eleitorais do PT e da governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (na época no PSB, atualmente no PMDB).
Para o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), responsável pelo requerimento de abertura das investigações, o posicionamento do PT mostra que o partido não tem a intenção séria de apurar o caso. O tucano descartou a possibilidade de uma CPI ampliada, alegando não querer misturar assuntos diferentes.
Paes de Barros afirmou que o PT está usando a "estratégia do medo" para evitar uma apuração profunda do caso. Ele ressaltou que não dá para "investigar todos os bandidos desde 1500".
Dúvidas - As bancadas dos principais partidos no Senado realizaram reuniões nesta terça para decidir a posição em relação ao caso. O PMDB, que estava dividido sobre a investigação, seguiu a sugestão do líder Renan Calheiros (AL) e vai ser contra a instalação da CPI.
O PFL está dividido, assim como na votação das reformas, e mais uma vez liberou o voto de seus senadores em um tema considerado importante. Dois blocos se formaram no partido: o liderado pelo presidente do partido, Jorge Bornhausen (SC), quer a CPI. Já os parlamentares da esfera de influência do senador Antonio Carlos Magalhães (BA) são contra.
O PSDB, por sua vez, foi responsável pelo requerimento de abertura das investigações e, por essa razão, lidera o movimento a favor da apuração do escândalo. Até mesmo o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que pregava a cautela quanto à CPI, decidiu aderir ao movimento diante da decisão do PT de propor uma comissão de inquérito ampla, que investigue também as denúncias da época de Fernando Henrique. Segundo ele, a proposta é "indecorosa, desesperada e leviana".
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