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Secretário de Saúde da Capital fala em colapso e critica Diadema

Edson Aparecido reclama que município diademense exporta pacientes

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
19/05/2020 | 00:01
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Às vésperas de a promessa do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), de instalar hospital de campanha para enfrentar a pandemia de Covid-19 na cidade completar 40 dias sem avanço, o secretário de Saúde da Capital, Edson Aparecido (PSDB), alertou para sobrecarga no sistema de saúde do município e reclamou da exportação de pacientes do município diademense, que faz divisa com a Zona Sul paulistana.

Em entrevista à CNN Brasil, no domingo, Aparecido afirmou que o sistema de saúde da Capital pode entrar em colapso nas próximas duas semanas e comentou sobre a eficácia das ações adotadas pelo governo do prefeito Bruno Covas (PSDB) diante da falta de medidas semelhantes dos municípios da Região Metropolitana. “Para se ter uma ideia, nos primeiros dez dias (da pandemia), nós tivemos 168 internações no nosso hospital do Jabaquara (de pacientes) da cidade de Diadema. Então, não adianta a prefeitura de São Paulo fazer o bloqueio, o rodízio (de veículos), o isolamento, abrir leitos de UTI e numa cidade do lado, aonde uma rua de cinco metros divide a fronteira, o comércio estar aberto, a vida estar normal. Isso não pode”, criticou Aparecido.

A promessa por hospital de campanha em Diadema foi feita por Lauro no dia 10 de abril, em vídeo publicado nas redes sociais. A proposta do município é a de instalar 103 novos leitos, incluindo UTIs, em espaço no segundo andar do Quarteirão da Saúde, no Centro. A área, de 2.000 metros quadrados, está ociosa e reservada há anos para abrigar unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, mas a promessa nunca saiu do papel. Lauro, porém, transferiu ao governo do Estado a responsabilidade pelo custeio com o possível hospital de campanha.

Desde então, o Paço de Diadema diz aguardar atendimento ao apelo feito ao Palácio dos Bandeirantes que, por sua vez, sustenta que já repassou R$ 4,2 milhões ao município para enfrentamento da pandemia – recurso que, segundo o Estado, poderia ser utilizado para o hospital. O prefeito, por outro lado, critica o governador João Doria (PSDB) e diz que o recurso é insuficiente e que foi utilizado para compra de insumos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

OUTRO LADO
Questionada sobre a possibilidade de o hospital de campanha ser custeado com recursos próprios, a Prefeitura de Diadema não respondeu. A gestão Lauro informou que “ainda não foi notificada pelo Estado em relação ao hospital de campanha” e contestou as declarações de Edson Aparecido. “Não é verdade. Segundo dados do Ministério da Saúde, de abril de 2019 a março de 2020, foram realizadas 151 internações de munícipes de Diadema no Hospital Saboya, ou seja, os dados correspondem ao período de aproximadamente um ano. Em contrapartida, no mesmo período, Diadema internou 1.265 moradores da Capital, o que corresponde a 10,2% do total de internações no município.

Segundo a administração, Diadema está com 19 leitos ocupados dos 30 de UTI (63,33%) e 44 leitos ocupados dos 58 de enfermaria (75,86%).” 




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