A Nova Petroquímica (antiga Suzano Petroquímica), que tem fábrica em Mauá, avança em um projeto, inédito no mundo, de fabricação de plástico a partir de uma fonte renovável.
A empresa acaba de registrar patente da nova tecnologia, de obtenção da resina plástica polipropileno (utilizada para a fabricação de embalagens e autopeças, por exemplo) a partir da glicerina residual do biodiesel.
Depois da patente para o plástico verde – o biodiesel é uma fonte renovável feita de oleoginosas como a soja e a mamona trituradas e uma parte menor de álcool –, a empresa vai investir entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões na construção de uma planta piloto, no Grande ABC, em 2009.
A unidade piloto, que terá volume reduzido (100 toneladas por mês), servirá para testes do processo produtivo. O plano, segundo o gerente de tecnologia, Pedro Geraldo Boscolo, é numa etapa posterior – em 2013 – partir para escala industrial, o que deverá demandar mais US$ 50 milhões e resultará numa linha de fabricação de 100 mil toneladas anuais.
As perspectivas são promissoras diante do grande excedente de resíduo que será gerado com o biodiesel.
Atualmente há uma demanda de mercado de 30 mil a 40 mil toneladas anuais de glicerina, que tem aplicação em indústrias farmacêuticas, de produtos de limpeza, alimentos e bebidas, por exemplo.
No entanto, já a partir do B2 (adição de 2% de biodiesel no diesel), neste ano, haverá uma geração adicional de 105 mil toneladas anuais. Esse número tende a crescer, já que em 2013, o percentual da mistura no diesel sobe para 5%.
“A idéia é agregar valor a um subproduto. Além disso, essa é uma fonte renovável”, explica o gerente.
A meta, após o início da operação da planta industrial, é que o plástico de glicerina represente 10% da produção de polipropileno da empresa – atualmente de 675 mil toneladas anuais e que chegará ainda este ano a 875 mil com a expansão das fábricas de Mauá (de 360 mil para 450 mil toneladas anuais) e de Duque de Caxias (de 200 mil para 300 mil toneladas anuais).
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