Animada, a atriz não tem dúvidas sobre a mudança de patamar na carreira. “O Alvarenga mudou meus conceitos. Já fazia bem o humor rasgado, os tipos, mas aqui é dramaturgia com humor”, afirma, sem poupar elogios ao diretor José Alvarenga Jr.. Já o fato de ter um programa próprio não tira os pés de Cláudia do chão: “Só estou protagonizando um programa”.
TV PRESS – O que A Diarista representa na sua carreira?
CLÁUDIA RODRIGUES – Fiquei feliz por ter sido convidada para este projeto. Muita gente acha que a idéia foi minha, mas na realidade a Marinete me foi encomendada pelo Mário Lúcio Vaz. E é ótimo saber que pensaram em mim para viver esta personagem. Além disso, estou feliz por poder experimentar um tipo de atuação que não tive a oportunidade de desenvolver ao longo de oito anos na Globo.
TV PRESS – O que muda na sua interpretação em um programa como A Diarista?
CLÁUDIA – Já tinha feito outras empregadas domésticas. A diferença é que esta não é tão caricata. Ela tem um contorno humano muito forte. Estamos mostrando a realidade, os problemas e os sentimentos de uma classe com humor. Acho que é a primeira vez que se fala desta classe com tanta verdade e fidelidade. A sensação que tenho é de que a cada semana passo por uma estréia diferente. O trabalho que eu fazia antes já podia fazer sem pensar, quase caía no automático. Aqui tenho de estudar, trocar com atores diferentes a cada semana, lidar com diferentes modos de interpretação, com diferentes histórias.
TV PRESS – Como você criou a Marinete?
CLÁUDIA – A criação é muito coletiva. É claro que ela tem muita coisa minha, mas tenho de ouvir o diretor, os autores. Não posso chegar e dizer: “Ela é assim e pronto”. Então, parti da visão deles e também dos depoimentos das diaristas. Colhemos diversos depoimentos. Muitas vezes, crio alguma coisa e lá na frente é que vou descobrir que algo me inspirou – um gesto, uma fala, um olhar. Acho que a gente tem uma espécie de arquivo de onde tira essas coisas.
TV PRESS – Neste seu arquivo havia muitas informações sobre serviços domésticos?
CLÁUDIA – Olha, eu tenho intimidade com a coisa. Não tenho problemas se tiver de limpar uma privada, por exemplo. É claro que minha profissão é outra, minha cabeça está voltada para outras coisas. Mas faço questão de saber o que tenho em casa: copos, pratos, lençóis. Gosto de arrumar a casa, ter as coisas nos lugares certos. Acho que este cuidado é importante.
TV PRESS – Você diria que esta é a tarefa mais difícil no trabalho da Marinete?
CLÁUDIA – Acho que o pior é cumprir os horários. Geralmente, as diaristas moram longe do lugar onde trabalham, têm de pegar duas conduções, não podem chegar atrasadas. E o forte do programa é exatamente mostrar estas histórias de verdade. A Marinete corre atrás do ônibus. Elas têm de correr mesmo, porque têm medo de não chegar na hora e acabar perdendo o emprego. Além disso, elas têm de saber lidar com patrões e patroas diferentes, que têm suas manias, suas regras próprias.
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