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Rhodia quer injetar R$ 346 mi
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
25/11/2009 | 07:00
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Prevendo um bom desempenho do mercado brasileiro em comparação com o americano e europeu, o grupo industrial químico francês Rhodia planeja investir US$ 200 milhões, cerca de R$ 346 milhões (cotação de ontem), nos próximos quatro anos no Brasil. A afirmação é do presidente mundial da empresa, Jean-Pierre Clamadieu. Ele recusou passar detalhes sobre a injeção de recurso nas unidades nacionais, ontem, durante a coletiva de imprensa da comemoração dos 90 anos da empresa no País. Mas assegurou que não será em novas fabricas.

"Queremos ampliar a capacidade de produção das unidades já existentes, no caso a de Santo André e a de Paulínia", declarou o presidente. Ele não informou em qual das duas fábricas de Santo André haverá aporte. O município acolheu a primeira fábrica no Brasil.

Mesmo sem esclarecer onde entraram os recursos nos próximos anos, o executivo justifica por que o Brasil agrada o Rhodia. "Entramos na crise como todos. Mas a saída no Brasil e na Ásia foi muito mais rápida. Na Europa e nos Estados Unidos ainda caminhamos devagar para fora da crise. E isso justifica o quanto é importante o mercado brasileiro para o Grupo Rhodia."

NÚMEROS - O Brasil representa fatia de 17% do faturamento mundial da companhia, afirma o Clamadieu. Conforme os resultados de 2008, as vendas no País somaram 15% do acumulado mundial. A receita foi de 4,763 bilhões de euros, aproximadamente R$ 16,6 bilhões na cotação da época. A empresa gera 2.800 empregos diretos no País, sendo que 39,2% em Santo André e 3,5% em São Bernardo.

O gestor diz que o Brasil "sempre foi um laboratório para desenvolver novos produtos e processos". Em Santo André, uma das unidades produz especialidades químicas, como surfactantes e diésteres, utilizadas na composição de produtos cosméticos e limpeza doméstica. A segunda fábrica é especializada em fibras têxtis e industriais de poliamida, utilizados no setor têxtil e automotivo.

Em São Bernardo, a unidade produz plásticos de engenharia, utilizados na fabricação de peças automotivas e eletroeletrônicos.

Conforme o presidente do Grupo Rhodia na América Latina, Marcos de Marchi, a empresa também aproveitará "as oportunidades específicas do Brasil, como o mercado que se criou sobre o etanol".

A partir do álcool combustível, Marchi pontua que "é possível criar vários produtos químicos". Mas, por enquanto, os esforços da empresa no País, com a fábrica de Paulínia (SP), serão na fabricação dos solventes com base no etanol. O vice-presidente de compras, Elder Martine, afirma que a produção alcoolquímica da empresa no Brasil terá destaque nos próximos anos.

TÊXTIL - "Continuaremos investindo em desenvolvimento e produção ao setor têxtil no Brasil", afirma Clamadieu.

Segundo contabiliza Marchi, a empresa terminará 2009 com acréscimo de 4% nas vendas ante 2008.




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