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Pato Fu livre e maduro
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
09/10/2008 | 07:01
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Aos 16 anos de vida, o Pato Fu mantém seu lugar de destaque no cenário musical brasileiro e segue amadurecendo com originalidade.

O grupo que se apresenta no próximo sábado, 11, no palco do Espaço de Eventos do Sesc Santo André é formado pela voz de Fernanda Takai, John Ulhoa na guitarra, violão e voz, Ricardo Koctus no contra-baixo e pandeiro, Xande Tamietti nas baquetas e Dudu Tsuda no teclado. Eles aproveitam a oportunidade para continuar a divulgação de seu mais novo álbum, Daqui pro Futuro, lançado em 2007.

Das doze canções do trabalho, onze são composições da banda. A exceção é uma bela versão para a Cities in Dust, originalmente gravada pelos ingleses do Siouxie & the Banshees para o álbum Tinderbox, lançado em 1986.

"Esse é o show da turnê de nosso disco mais recente, o nono de nossa carreira, Daqui Pro Futuro. Isso quer dizer que tocaremos uma boa quantidade de músicas desse disco, mas damos também uma geral da carreira, daquilo que foi mais sucesso, músicas conhecidas e algumas que sempre gostamos muito de tocar ao vivo", diz John. Ele acrescenta que algumas músicas nunca saíram do set list desde que foram lançadas. Um bom exemplo é Sobre O Tempo, que é do segundo álbum. "Não só é muito pedida, mas também ainda temos muito prazer em tocá-la", afirma o guitarrista.

Fã de experimentalismos, John afirma que essa volta às sonoridades de certas épocas é passageira, (vários grupos voltaram a usar amplificadores antigos, outros preferem até gravar de forma analógica em busca de um timbre sonoro diferente). "Muitos dos equipamentos digitais de hoje em dia se dedicam a reproduzir a sonoridade de aparelhos clássicos antigos. Acho isso legal, mas é claro que não é tudo. Se nos deixarmos levar só por isso, teremos um monte de bandas com timbres espetaculares, mas sem conteúdo, sem consistência. Eu gosto de tudo que faça som, seja valvulado ou digital, de madeira ou de plástico, tudo pode servir para fazer música", conclui.

Aos que esperam ouvir durante o show algo do trabalho Onde Brilhem os Olhos Seus, homenagem de Fernanda Takai à Nara Leão, produzido por Nelson Motta e lançado em 2007, John diz: "São coisas distintas. E também não tem coisas do Pato Fu no show solo da Fernanda, a gente acha melhor deixar isso bem separado."

Assim como no trabalho anterior, este também foi produzido por John Ulhoa, gravado e mixado no estúdio que Fernanda Takai e o marido John têm em casa, o álbum mostra a banda experimentando o uso de instrumentos modernos e medievais misturados à samplers e outros elementos eletrônicos.

"Já imaginamos que o disco vá soar mais assim ou assado", diz John sobre o processo de composição. "Mas ao mesmo tempo que tentamos manter o controle sobre esse processo, muitas vezes somos surpreendidos pelo que vai aparecendo. A coisa mais importante de qualquer disco é o repertório. Quando temos as canções que queremos gravar, temos o conceito. Procuramos apenas servir àquelas músicas da melhor maneira possível", completa.

Segundo John, cada álbum tem sua particularidade, tanto na definição do som do conjunto, como também na consolidação de sua popularidade. "Acho que esse agora (Daqui pro Futuro) é a afirmação dessa fase de independência, de autoprodução. Nesse aspecto, é o mais importante."

E já que se fala em trabalhar de forma independente, desde gravar em seu próprio estúdio, passando pela pré-produção e produção final de um novo trabalho, até à promoção do mesmo, John fala sobre a diferença em fazer isso sozinhos ou com uma gravadora: "Não é de liberdade conceitual que estamos falando, essa sempre tivemos, não podemos nos queixar desse tipo de pressão nos tempos em que estivemos nas gravadoras. Sempre fizemos o som que queríamos fazer. A gravadora hoje em dia faz mais falta na hora de promover e distribuir um álbum."

A banda nascida em 1992 na cidade de Belo Horizonte, acaba de voltar de uma excursão pelo Japão. "Foi incrível, houve uma mistura muito bacana de público brasileiro e japonês por lá, e tivemos shows realmente emocionantes para todos. Agora queremos voltar sempre. Tocar no Japão era uma vontade antiga da banda, um desses presentes que ganhamos ao longo da carreira", diz John.

Há um projeto para este ano ainda, um lançamento secreto, segundo John. "Em breve terão notícias."

Pato Fu - Show. No Sesc Santo André (espaço de eventos) - Rua Tamarutaca, 302. Santo André. Sábado, dia 11, às 20h. Ingr.: R$7,50 a R$ 30.




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