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Apaixonado por tênis e dono de cerca de 600 pares, o pernambucano Ricardo Nunes, de 33 anos é criador do SneakersBr, um site pioneiro sobre a cultura sneaker (tênis em inglês). O D+ conversou com ele:
Como começou a se interessar por tênis?
Gosto de tênis a minha vida inteira. Até a adolescência comprava um ou dois pares por vez e usava até gastar como todo mundo. Com a independência financeira e a internet veio a possibilidade de comprar modelos que só via no mercado internacional. Da última vez que tentei contar passava dos 600. No início dos anos 2000 descobri que existia, fora do País, toda uma cultura em torno dos tênis, com fóruns de discussão, sites e até uma revista que só falava do assunto. Me interessei e me aprofundei ainda mais, tentando conhecer melhor tudo que acontecia nesse universo e comprar os modelos que me interessavam.
Como surgiu a ideia de criar um blog? E como virou site?
Em 2005 criei um blog para tentar encontrar mais gente no Brasil com o mesmo interesse do que eu. Até que em 2007, resolvi transformar meu blog pessoal em um site mais organizado. Nascia o SneakersBR, o primeiro veículo de cultura sneaker do Brasil e o primeiro do mundo em português. Ele foi recebido com o primeiro evento de cultura sneaker local. Reunimos colecionadores e admiradores para trocar informações e mostrar suas coleções, exibimos filmes relacionados ao tema e juntamos uma turma muito boa que já conhecia o que se passava lá fora com outros que não tinham noção do que existia. Só depois de alguns anos o hobby virou negócio. Em 2009 ganhamos uma homenagem da Nike com Air Max 1 Lanceiro, um tênis que fazia referência à cultura manguebeat (mistura de ritmos musicais), com elementos de Pernambuco, meu estado de origem. Depois disso, participamos de outras ações especiais marcando de vez o nome dos brasileiros no cenário sneakerhead internacional.
A ideia de criar a revista SBR foi baseada na revista Australiana Sneaker Freaker (primeira a ter o tema central calçado)?
A Sneaker Freaker é nossa parceira, até no conteúdo. É nossa maior referência, de fato. Mas poderíamos, simplesmente, ter negociado com eles a tradução do título para o português - como já existe a Sneaker Freaker Rússia, Alemanha e Espanha. A nossa ideia era aprofundar os temas do site, que já existia há quatro anos, e criar uma publicação que tivesse a cara do mercado brasileiro, falando dos nossos lançamentos, de marcas e iniciativas locais e de produtos que estão à venda em lojas daqui, e mantivesse conectada com o cenário internacional. Foi dessa vontade que surgiu a Revista SBR, em 2011. Tem distribuição gratuita em todo o território nacional.
Como você define um sneakerhead?
Sneakerhead é o cara que tem, ou procura ter, informação sobre o tênis que compra/usa. Não importa quantos pares possua.
Tem alguma marca preferida?
Na verdade, não. Dentro de cada marca tenho meus modelos preferidos.
Costuma comprar muitos pares por mês?
Muito mais do que deveria . Tanto nas lojas físicas quanto online.
Você costuma usar todos os pares?
Todos os que compro tento usar pelo menos uma vez. Mas recebo muitos para o site e para a revista e, dentre esses, nem todos se encaixam no meu gosto pessoal.
Quais os cuidados para conservar os pares?
Ah, tento sempre não sujar, deixar em lugar seco (apesar de morar numa cidade super úmida) e usar produtos anti-mofo.No mais é usar com cuidado e respeitar a regra imortalizada por Spike Lee no filme Do The Right Thing: nunca pise no tênis.
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