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Serviços reabrem em Diadema ainda em clima de insegurança

Decreto que flexibilizou quarentena na cidade liberou funcionamento de salões, lava-rápido e outros segmentos

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
23/04/2020 | 10:14
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Foi em um misto de expectativas e incertezas que alguns prestadores de serviço de Diadema retomaram as atividades na manhã de hoje. Decreto assinado ontem pelo prefeito Lauro Michels (PV) liberou o funcionamento de salões de cabeleireiros, manicures, esteticistas, escritórios de advocacia, contabilidade e outros. Os trabalhos que já retomaram seus postos relatam expectativas e incertezas.

Na Avenida Alda, no centro, um salão de beleza reabriu depois de 30 dias. Pelas regras da prefeitura, só podem atender com hora marcada para evitar aglomeração, além de ser obrigatório o uso de máscaras por funcionários e clientes, oferta de álcool em gel e distância entre as pessoas. Não é permitido mais do que um indivíduo por 12m².

O proprietário Allan Takebayashi, 30 anos, explicou que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança. "Já adquirimos máscaras e estamos orientando as clientes a virem com as suas", relatou. Primeira pessoa a ser atendida, a cozinheira hospitalar Shirlei Souza de Lima, 57, afirmou que estava com saudades de fazer as unhas. "Acho que essa reabertura ocorre em um momento adequado", opinou. Diabética e cardíaca, a moradora de Diadema tem um genro que já perdeu três parentes por causa da Covid-19, mas acredita que não há motivos para que as pessoas tenham medo. "Tem que manter a imunidade alta. A partir de agora não vamos ter aumento dos casos", completou.

Também na Avenida Alda, o empresário Waldemar Lopes, 57, reabriu o lava-rápido e estacionamento após 40 dias sem atividades. "A gente retoma com medo. As contas foram se acumulando e não sei quanto tempo vou levar para colocar tudo em ordem. Esse ano, para mim, está praticamente perdido", lamentou.
Lopes dispensou cinco funcionários e agora só chamou três de volta. "Vamos ver como vai ser a demanda. Acho que serviços como o meu, que não aglomeram pessoas, não precisariam ter sido fechados. A prefeitura vai perder muito em arrecadação e a economia vai sofrer", concluiu.

Na Avenida São José, a cabeleireira Néia Jesus, 40, organizava o salão à espera de clientes. "A gente não sabe como vai ser. Tem gente que diz que não devíamos estar abertos, porque o Estado não autorizou. Mas a prefeitura autoriza. Fica confuso", reclamou. A primeira cliente estava marcada para 10h30. "Ninguém foi dispensado ainda, mas vamos começar com menos colaboradores, até para ver o movimento. Mas se só a gente for ficar aberto na rua, não sei se vamos continuar", ponderou.
Diadema é a primeira cidade da região a flexibilizar as regras de distanciamento físico. Segundo a prefeitura, a medida visa retomar as atividades comerciais do município aos poucos, sem promover aglomerações. Até ontem, a cidade tinha 124 casos confirmados de Covid-19 e oito mortes causadas pelo novo coronavírus. 




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