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Acisbec propõe volta do comércio com horário escalonado

Ao lado de lojistas de móveis da Rua Jurubatuba, associação de S.Bernardo pressiona Consórcio

Por Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
22/04/2020 | 00:24
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Lojistas do setor moveleiro de São Bernardo se mobilizaram para que a Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) encampe proposta de retomada escalonada das atividades econômicas em meio à pandemia do novo coronavírus.

Hoje, a direção da Acisbec promete protocolar no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC carta solicitando revisão do fechamento completo da atividade econômica na região e com sugestão de funcionamento intercalado – por dia e horário – entre os setores.

De acordo com Youssef Hindi, presidente da Associação dos Lojistas de Móveis da Rua Jurubatuba e Adjacentes, ao todo são 70 lojas que sobrevivem com faturamento zero. “Estamos há 30 dias de portas fechadas, sem fluxo de caixa e, mesmo assim, estamos segurando os funcionários, mas, se não retomarmos, não sabemos por quanto tempo conseguiremos conter as demissões.” Segundo o dirigente, os 1.000 funcionários da localidade estão com suspensão de contrato e em férias basicamente. “Nosso ramo não sobrevive com vendas on-line. São itens que as pessoas precisam ver, escolher, olhar tecidos e o conforto dos móveis. Cerca de 40% das lojas recorreram à web, mas as vendas não representam nem 10% das comercializações que são feitas na loja física.”

A Acisbec, junto com os lojistas, elaborou tabela com os dias que cada loja, de acordo com o setor, possa abrir sem que haja comprometimento na saúde dos clientes (veja acima).

“O fluxo de pessoas em lojas de material de construção, que possuem permissão de ficarem abertas, assim como nos mercados, é muito superior ao de clientes de lojas de móveis. Dá para se atender até três clientes por vez com todos os cuidados de higiene, afinal de contas, as menores lojas têm 500 metros quadrados, são espaçosas”, sustentou Hindi, que possui um estabelecimento com seu sobrenome na tradicional rua no Centro de São Bernardo. Ele argumentou que dez dias antes da determinação de isolamento pelos governos estadual e municipal o fluxo de pessoas já havia caído. “Abrir não significa que vamos melhorar nosso fluxo de caixa, mas a ideia é retomar aos poucos para evitar demissões e estagnação maior na economia.”

A Acisbec defende que o comércio reabra de forma escalonada a partir de segunda-feira, para dar tempo de aquecer aos poucos até a chegada do Dia das Mães, dia 10 de maio, segunda melhor data para o comércio. Vídeo com todas as recomendações será disponibilizado para os lojistas, a fim de seguirem normas da OMS (Organização Mundial da Saúde).

“Não temos como não trabalhar essa volta gradual do comércio de forma segregada. O Grande ABC é muito forte no seu comércio e há muito fluxo entre as cidades, principalmente, em termos de consumo. O que queremos e vamos sugerir é que tudo seja feito com planejamento. Saúde e economia precisam andar juntas”, afirma o presidente da Acisbec, Valter Moura.

Pedido semelhante já havia sido feito pela Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) na semana passada. “Sugerimos essa flexibilização do comércio e das atividades econômicas”, reforça Pedro Cia Júnior, presidente da Acisa.

Doria anuncia hoje flexibilização

O governador João Doria (PSDB) detalha hoje quais medidas pretende adotar para retomada gradual da economia paulista. As ações serão anunciadas em entrevista coletiva por volta do meio-dia, no Palácio dos Bandeirantes.

Boa parte da economia de São Paulo está paralisada desde 24 de março, quando o tucano instituiu decreto determinando o fechamento de estabelecimentos comerciais devido à pandemia do novo coronavírus – apenas locais considerados essenciais, como farmácias e supermercados, estão autorizados a abrir as portas.

Teoricamente, a medida será implementada a partir de 11 de maio, quando chega ao fim a validade do último decreto de quarentena assinado por Doria. Há expectativa de que o governador, hoje, encurte esse prazo.

Quando a quarentena foi prorrogada, na semana passada pelo governo estadual, o comitê de gestão da crise da Covid-19 passou a se debruçar sobre plano para estabelecer quais setores e quais regiões do Estado poderiam voltar a funcionar gradativamente. Isso vai depender da utilização de leitos hospitalares, sobretudo de UTI, sua comparação com a demanda da região e o grau de urgência e segurança para reabrir cada setor. “Tudo será feito gradualmente e sempre respeitando a ciência”, ponderou Doria, à ocasião.

No Grande ABC, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), informou que amanhã tornará público decreto autorizando o funcionamento de alguns estabelecimentos da cidade. Em Santo André, o prefeito Paulo Serra (PSDB) criará comitê para debater o assunto (leia mais na página 3 do caderno Política).  




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