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Fiesp alerta para crescente risco de desindustrialização
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/10/2010 | 07:30
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O ritmo de produção das fábricas paulistas em setembro ficou praticamente no mesmo nível de agosto e não traz preocupação em relação ao crescimento do setor industrial neste ano. Mas há sinais de alerta para 2011. É o que aponta estudo da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgado ontem.
A atividade fabril caiu 0,1% no mês, mas no acumulado dos últimos 12 meses está com crescimento de 12%. "O ano está garantido", afirma o diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, Paulo Francini. No entanto, a alta das vendas e a queda da utilização de capacidade das fábricas no mês apontam riscos de desindustrialização.
O estudo aponta ampliação de 1,2% no volume de comercialização do segmento, o que pode indicar que o crescimento da demanda não é acompanhado por aumento da produção. "O fluxo de importação é muito vigoroso e pega desde alta tecnologia até média e baixa", ressalta.
A Fiesp, há poucos dias, estimou que a indústria da transformação deve fechar o ano com déficit comercial de US$ 59 bilhões, contra US$ 36,5 bilhões em 2009, por causa da disparada do volume de itens adquiridos do Exterior. E a participação da indústria de transformação no PIB (Produto Interno Bruto), que já chegou a 27%, hoje está em 15%.
O economista do Iedi (Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial), Rogério de Souza, avalia que a estabilização da produção com aumento de vendas, por um lado, pode expressar ainda ajustes de estoques por causa da desaceleração na demanda, após a retirada de incentivos tributários no início do ano; mas, por outro lado, pode refletir a alta das importações. "Temos de ficar atentos", afirma.
Para Francini, o real forte colabora para a invasão de produtos importados. Ele avalia que, para atacar o problema da valorização da moeda, o próximo governo terá de mexer "na parte fiscal" e na taxa de juros, que ainda é a maior do mundo.




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