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Indústria diminui ritmo e emprego cresce menos
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20/10/2010 | 07:19
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A indústria colocou o pé no freio das contratações e fez com que o volume de vagas criadas com carteira assinada no País em setembro fosse menor do que o esperado por analistas do mercado financeiro e pelo próprio ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. No mês passado, foram gerados 246.875 postos formais, número menor que agosto (299 mil) e também inferior ao registrado no mesmo mês de 2009 (252 mil), segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ontem.

Ao contrário de economistas, Lupi negou que o volume represente desaceleração. "É efeito sazonal, principalmente nos Estados de Minas, São Paulo e Goiás, que foram afetados por demissões na agricultura", argumentou. No entanto, ele previa que o resultado de setembro fosse o melhor para o mês da história. "Nem sempre a gente acerta", justificou.

Mesmo com menos postos do que o esperado, a indústria de transformação foi a que apresentou o maior saldo líquido de empregos formais, com 94.205, seguida bem de perto pelo setor de serviços (94.202). No mesmo mês do ano passado, a indústria foi responsável pela contratação de 123.318 trabalhadores, já descontadas as demissões.

Além disso, a construção civil diminuiu a oferta de emprego formal para 21.676 contra 32.667 em idêntico mês de 2009. Não bastasse a influência desses setores, a agricultura vem contribuindo negativamente para a produção de vagas formais. No mês passado, as demissões superaram em 22.937 as contratações com carteira assinada.

"A desaceleração da indústria foi algo mais intenso do que esperávamos", comentou o analista da LCA Consultores, Fábio Romão. Para ele, a indústria "desceu um degrau" no mês passado, o que pode apontar para a perda de ímpeto das contratações do comércio e dos serviços mais adiante. A análise do consultor é a de que a indústria já recompôs seu contingente de mão de obra nos primeiros quatro meses do ano, após o impacto da crise financeira internacional que levou à demissão de 500 mil funcionários. A baixa cotação do dólar em relação ao real também corrobora para o quadro, segundo Romão, já que as exportações perderam parte do vigor e as importações têm crescido.

RECORDE
Apesar de números não tão entusiasmantes, no acumulado de janeiro a setembro a criação de vagas formais superou as demissões em 2,2 milhões, registrando a melhor marca para o período. O volume está próximo da meta do governo, de geração de 2,5 milhões de empregos até o fim do ano. Mais uma vez Lupi prevê recordes para os meses de outubro e novembro - em dezembro, historicamente as demissões superam as contratações.

NORDESTE
A região Nordeste ultrapassou o Sudeste em setembro ao criar o maior volume de vagas de sua história: 105.897 postos contra 86.220 da região que costuma oferecer mais trabalhos formais.

REMUNERAÇÃO
O Caged divulgou ainda que os salários médios de admissão tiveram aumento de 5,23% em setembro, já descontada a inflação, ante o mesmo período de 2009, passando de R$ 788,55 para R$ 829,76.




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