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Crime de responsabilidade
Do Diário do Grande ABC
11/04/2020 | 09:41
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 A cada dia que passa, desde a posse, o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, tem dado claras demonstrações de que no exercício da Presidência procura sempre o enfrentamento com todas as forças democráticas da Nação.

Essa posição se cristaliza com a situação do coronavírus (Covid-19), que tem afetado o mundo e, portanto, não exclui nosso País.

Ao contrariar as orientações de especialistas do seu próprio Ministério da Saúde, autoridades médicas e sanitárias do País e mundiais, Bolsonaro, além da truculência, evidencia cada vez mais a sua ignorância sobre todos os assuntos, e coloca diretamente a população em risco, devido à sua gritaria histérica.

Importante lembrar neste momento frase de Bertolt Brechet: ‘Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante; mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso’.

Já foi temerária sua postura ao participar de manifestação em Brasília, e ao chamar a Nação para ir para as ruas, abrir comércios e voltar todas as atividades produtivas, Bolsonaro atenta contra a segurança interna do País, o que remete ao artigo 85 da Constituição Federal, que permite enquadrar o presidente em crime de responsabilidade.

O vírus pode ser menos letal que outros, mas tem causado mortes e infectado muitas pessoas, mostrando que o seu alastramento é muito maior, e muito mais rápido, o que é preocupante. O mundo está alarmado! Até o seu ‘ídolo’ Donald Trump recuou e agiu com certa responsabilidade social.

Bolsonaro prestará grande serviço à Nação se apenas se recolher e fechar a boca, e deixar que médicos e equipe técnica trabalhem. Critica a imprensa, os governos estaduais, prefeitos, os sanitaristas de nosso País e do mundo. Ele, alguns empresários – como o folclórico dono de rede de lojas de departamentos –, donos de cadeias de lanchonetes requintadas e outro de restaurantes populares e o artista Roberto Justus têm se colocado contrários aos especialistas e às ciências do Brasil e do mundo, uma vez que, para eles, o que importa mesmo é o lucro, demonstrando que a mão de obra é facilmente substituída.

Nesta hora, de triste pesar, o Congresso Nacional, que representa todos os segmentos da população, tem se feito presente, atuante, forte e corajoso.

Não se trata apenas de irresponsabilidade, mas sim de crime de responsabilidade, a não ser que todos os poderes da Nação estejam a serviço das ‘forças ocultas’, que tem no presidente da República fantoche, marionete, que tem como objetivo, como demonstrado em todas as suas falas, o lucro a qualquer preço, mesmo acima da vida humana.

Luiz Fernando Teixeira é deputado estadual.

Linha de frente

Parabenizo a equipe deste intrépido Diário, que está na linha de frente para possibilitar aos leitores do sucessor do News Seller ficarem bem informados dos últimos acontecimentos alusivos à pandemia da Covid-19, que nos deixa baratinados, porque não temos mandatário maior do poder Executivo, no âmbito federal, hábil para não deixar a nau, que estamos a bordo – já sem rumo nem pulso firme –, ir a pique. 

João Paulo de Oliveira

Diadema

Gasto público

Com o coronavírus provocando o fechamento do comércio, perda de empregos e principalmente diminuição da arrecadação nos municípios do Grande ABC, é importante que as prefeituras evitem gastos desnecessários, principalmente em São Bernardo, com a Lei Minerva, que proporciona aumento real de 20% ao ano aos cargos comissionados e funções gratificadas, causando grande despesa, com impacto na folha salarial e diminuição de receita, que poderia ser bem utilizada em outros setores municipais. É o momento de apertar os cintos nos cofres públicos. Os governantes municipais precisam rever essas leis onerosas e revogar o mais breve possível, para dar bom exemplo para a população ‘batateira’.

Maria de Lourdes Barbosa dos Santos

São Bernardo

Perdeu 50%

O trabalhador que, como eu, durante anos contribuiu com a Previdência sobre 20 salários mínimos e depois de 1988 se aposentou, perdeu até 50% em seu primeiro benefício. Em seguida tiraram o abono de permanência e o pecúlio. Veio FHC (Fernando Henrique Cardoso) – hoje muitíssimo bem aposentado, mantendo regalias – e desvinculou nossos reajustes, até então os mesmos do salário mínimo. Hoje, graças a ele, nem três mínimos recebemos e o valor continuará caindo, até chegar ao mínimo, também já devastado. Na verdadeira democracia o poder público existe para o bem da sociedade e aqui é o contrário. Nela o poder emana do povo e os direitos são iguais. Isso que temos e que nos empurram goela abaixo não é democracia. Vítimas de uma das maiores cargas tributárias do mundo, não temos segurança, escolas, hospitais, transporte nem saneamento básico. Obras públicas não acabam nunca no Brasil. São superfaturadas e algumas, como estádios de futebol, são desnecessárias e dão prejuízo. É isso.

Nilson Martins Altran

São Caetano

Circunstâncias

Há senso comum segundo o qual a pessoa que não dominar suas circunstâncias por elas será dominada. Na política é mais visível e mais grave. É o que está acontecendo com o presidente. A perda do domínio das circunstâncias o fragiliza e o torna perigoso. Sem citar nome, ameaça demitir o ministro da Saúde, que, aliás, exerce excelente papel (Política, dia 6). Por sugestão de pastor, o presidente ajoelhou-se, rezou e cantou em louvor a Deus. Ouviu, contrito, o pastor afirmar: ‘Não haveria mais morte por Covid-19 no Brasil, porque o País estaria abençoado por Deus e pelo presidente Bolsonaro’. Sim, Deus fala-nos sem cessar. Mas, em outros momentos, cala-se – o terrível silêncio de Deus! –, objeto de vasta literatura. Enquanto Deus se cala, não é melhor optar pelas ciências? Quem sabe, Ele nos fale através dos resultados das pesquisas! Em tempo: o telejornalismo das 20h nos informa: ‘Luiz Henrique Mandetta permanecerá no cargo por decisão das Forças Armadas e da liderança do Congresso Nacional’. Prova de que Bolsonaro foi dominado pelas circunstâncias e Mandetta permanecerá por ter o domínio das circunstâncias.

Alexandre Takara

Santo André

Inércia

O governo decretou estado de calamidade pública. Logo estaremos em beligerância por esta pandemia. Não dá para ganhar uma guerra em inércia total. É preciso esforço coletivo, em todas as atividades. O transporte público merece atenção especial quanto à higienização. Percebe-se em algumas estações ferroviárias os corrimãos velhos, enferrujados e sujos, bem como as portas giratórias, o que certamente guarda muitas bactérias e vírus. As hastes das portas deveriam ser de aço inox. Não resolveria totalmente o problema, mas ajudaria. Fica a sugestão para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Providência deve ser tomada logo em relação a esse tema. Facta non verba (Não converse, aja!).

Octavio David Filho

Ribeirão Pires

David Uip

Achei atitude ruim a de David Uip, médico famoso, secretário da Saúde do Estado de São Paulo, que, para mim, acaba de rasgar o diploma de profissional da área, de ético, de ser humano, jogando-o no lixo. Diagnosticado com o coronavírus, foi tratado, curado e, após ser questionado sobre o remédio que havia tomado, negou-se a dizer, alegando que quem poderia dizer eram somente os médicos que o trataram. Como pode médico que, ao receber o diploma, fez juramento para salvar vidas, se negar a dizer qual medicamento o salvou? Deveria ajudar a salvar outras vidas, de pessoas que também estejam infectadas com o vírus. Acho que não pode dizer porque o remédio deve ser a cloroquina, que o presidente Bolsonaro está falando desde o início da pandemia em nosso País. Mas se ele disser que foi esse, com certeza o desgovernador João Doria o demitirá, porque, para esses péssimos políticos, vale mais a política do que a vida do ser humano. Que vergonha! Agora o considero ex-médico. Brasileiros, tenham fé, porque esta pandemia de Covid-19 vai passar mais depressa do que esperamos. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.

Fernando Augusto Ramalho

São Bernardo

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