Economia Titulo Crise do coronavírus
Cesta básica fica R$ 48 mais cara na região

Levantamento mostra que, na comparação com março do ano passado, houve aumento de 7,61%

Por Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
03/04/2020 | 00:04
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 Ir ao mercado e encher o carrinho está pesado para o bolso dos consumidores do Grande ABC. Em março de 2019, a compra do mês, para família de quatro pessoas, custava R$ 632,70 e, agora, no fim do mês passado, o valor havia saltado para R$ 680,70, diferença de R$ 48 a mais, ou 7,61% de acréscimo em um ano. Em relação a fevereiro, o valor total da despesa mensal recuou 0,75%, o que garante estabilidade entre os períodos (veja tabela abaixo). No entanto, por causa da Covid-19, a última semana de pesquisa não foi realizada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o que leva a crer que não mostra o verdadeiro cenário. O que a dona de casa pode verificar é que itens que fazem parte de todo prato brasileiro, o trivial arroz (R$ 14,69 pacote de cinco quilos), feijão (R$ 6,13) e bife (R$ 29,16 o quilo de coxão mole), foram os que mais encareceram. No primeiro momento as altas se justificam porque muitas famílias fizeram estoques de alimentos mediante os pedidos dos governos municipais, estaduais e federal em ficar em casa e só sair quando extremamente necessário devido ao coronavírus. Tanto, que na segunda semana de março prateleiras de hiper e supermercados, principalmente, ficaram desfalcadas, casos de papel higiênico, por exemplo. Do outro lado, itens que compõem o hortifruti (frutas, verduras e legumes) mantiveram seus preços estáveis. “Muitos restaurantes, que não entregam delivery e que tiveram de fechar, por exemplo, deixaram de consumir esses itens perecíveis. Por isso, a demanda para o público aumentou, fazendo com que os valores se estabilizassem, chegando a cair”, explica o engenheiro agrônomo da Craisa Fábio Vezzá De Benedetto.

Segundo o especialista, este é o momento de apostar em alimentação rica em vitaminas e minerais. “Além de serem mais baratos nas prateleiras, ainda garantem melhor imunidade e corpo mais saudável em uma época onde nossa saúde precisa ser preservada.”

Para as próximas semanas pode ser que os preços dos mantimentos caíam. “No começo as pessoas não sabiam ao certo quanto ia durar esse isolamento social, se apavoraram e foram fazer estoque no mercado. Mas agora a situação é outra. Muitos estão em casa e terão redução de seus salários ou, no caso dos autônomos, ficaram sem renda. Ou seja, haverá restrição no orçamento das famílias”.

Metodologia de pesquisa sofre alterações por causa da Covid-19

A pesquisa semanal e mensal realizada pela Craisa sofrerá ajustes. Nesta semana, por exemplo, o levantamento não foi feito, por causa da recomendação para as pessoas ficarem em casa, sem circular pelos estabelecimentos, devido à Covid-19.

No entanto, para a próxima semana, o engenheiro agrônomo do órgão, Fábio Vezzá De Benedetto, pretende pesquisar os 34 itens da cesta básica nos sites dos mercados e também por meio de pesquisa que será pedida aos hiper, super e mercados da região. “Até o momento não fazíamos esse tipo de apuração porque gostamos de ir a campo. Mas faremos uma experiência. Caso seja um resultado satisfatório vamos manter essa metodologia mais voltada à tecnologia para ir coletando dados e não deixar a população sem essas informações. Vamos diversificar entre os pequenos e grandes estabelecimentos para traçar a média.”

O especialista entende que, neste momento, é preciso buscar novas formas para entregar os resultados desde que não coloque em risco a saúde da população. “É ir ao mercado, comprar o que é preciso e ficar em casa. Não dá para ficar circulando”, orienta.




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