O promotor estadual Antonio Luciano de Assis, de Juazeiro, a 500 km de Salvador, foi chicoteado na última sexta-feira pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Balduíno Santana, marido da juíza Olga Regina Guimarães, titular da Vara Crime da Juazeiro. O crime aconteceu quando o promotor deixava o fórum da cidade. Acredita-se que a agressão seja uma represália de Santana contra os inimigos políticos de sua esposa.

Neste domingo, 50 policiais invadiram casa da juíza para tentar prender Santana. No entanto, ele está foragido. O delegado José Alberto Braga, que comandou a ação na casa da juíza, estava com um mandado de prisão preventiva contra Santana, expedida pelo juiz substituto da Vara Crime de Juazeiro, José Carlos Nascimento.

A juíza reclama de perseguição política, desde que passou a acusar de tortura vários policiais da Delegacia de Polícia de Juazeiro. Após as denúncias, delegados e a secretária de Segurança Pública da Bahia, Kátia Alves, entraram com uma representação contra ela no Tribunal de Justiça.

Alegando que a invasão da casa da juíza foi ilegal e arbitraria, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Nelson Pelegrino (PT-BA) e a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, Moema Gramcho (PT-BA), enviaram hoje ofícios ao ministro da Justiça José Gregori e ao presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Robério Braga informando o ocorrido e pedindo providências.