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Tumultos em Caracas deixam 2 mortos e 54 feridos
Da AFP
28/02/2004 | 10:41
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Dois homens morreram e 54 ficaram feridos nos confrontos registrados nesta sexta-feira entre opositores ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, e forças da segurança, nos arredores da sede da XII reunião de cúpula do Grupo dos 15 (G-15) em Caracas. A informação foi dada pelo major Juan Cardozo, do Corpo de Bombeiros.

De acordo com o major, 25 pessoas foram feridas por armas de fogo e o restante sofreu traumatismos. Cardozo identificou os mortos como Juan Carlos Lugo, 25 anos, e Alberto Aumaitre, 65. Lugo foi ferido no pescoço e morreu durante uma cirurgia no Hospital Clínico Universitário, situado na Universidade Central da Venezuela, enquanto que Aumaitre recebeu um disparo na região toráxica e morreu na hora.

As mortes aconteceram nas proximidades da Praça Venezuela, junto à rodovia Francisco Fajardo, que liga Caracas de leste a oeste e a sudoeste, detalhou o funcionário. Dois homens da polícia de Baruta, no sudeste de Caracas, governada por um prefeito opositor ao presidente Hugo Chávez, foram detidos por se infiltrarem com armas de fogo nos confrontos, informou o ministro do Interior, Lucas Rincón.

Os funcionários foram detidos por membros da Guarda Nacional. Segundo Rincón, estavam vestidos à paisana e usavam coletes à prova de balas por baixo da roupa, quando houve o tiroteio na Praça Venezuela.

O tumulto começou quando a Guarda Nacional usou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra milhares de opositores que se dirigiam ao teatro Teresa Carreño, no centro de Caracas, onde estava sendo realizada a reunião de cúpula.

Depois de repelidos na esquina de Maripérez, a 500 metros da sede do encontro, os opositores se dirigiram à praça Venezuela, 500 metros ao leste, e fecharam o trânsito na rodovia, contou um manifestante à AFP. Depois de várias horas de fechamento da estrada, partidários do governo chegaram ao setor e restabeleceram o tráfego.

O porta-voz da Coordenadoria Democrática (CD, aliança de partidos e organizações contra Chávez), Carlos Valero, anunciou que serão realizadas novas passeatas em todo o país contra o presidente. O departamento americano de Estado emitiu um alerta aos cidadãos americanos na Venezuela, afirmando que a situação naquele país é "instável" e os aconselhou a se manterem afastados de qualquer manifestação política.




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