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Receio do novo coronavírus afrouxa cuidados com as outras epidemias

Segundo especialistas, atenção com a dengue e sarampo diminuiu

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
10/03/2020 | 23:01
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Rahel Patrasso/Reuters/Agência Brasil


 Diante de um dos assuntos mais comentados nos últimos meses, o novo coronavírus (Covid-19), outras epidemias caíram no esquecimento de parte da população, isso porque o aumento de casos suspeitos da doença – não só no Grande ABC, mas em todo Estado – fez com que o País redobrasse a atenção sobre o tema.

Atualmente, a região contabiliza 23 casos suspeitos de coronavírus, sendo cinco em Santo André, sete em São Bernardo, seis em São Caetano, três em Diadema e dois em Ribeirão Pires. Mauá e Rio Grande da Serra não possuem nenhum paciente em análise. 

Em cenário estadual, o número de possíveis infecções é de 302 e confirmados já são 19 – 18 residem na Capital e um, em Santana do Parnaíba. No Brasil, os casos confirmados subiram de 25 para 34 em 24 horas, segundo boletim de ontem do Ministério da Saúde. No mais grave, mulher de 52 anos estava (até o fechamento desta edição) internada em isolamento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional da Asa Norte, no Distrito Federal, e respira com ajuda de aparelhos. 

Apesar de os números do coronavírus chamarem atenção pela rápida multiplicação, outras epidemias também são alarmantes pelos casos registrados nas sete cidades. Balanço divulgado domingo pelo Diário mostra que até fevereiro deste ano a região já contabilizou 75 registros de dengue. Apesar da queda de 12,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 86 casos, especialistas alertam para risco de nova epidemia.

Gestora do curso de biomedicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Adriana de Brito, observa que o combate à dengue envolve o comportamento efetivo da população e do poder público. “O cuidado maior precisa ser tomado em regiões (como o Grande ABC) que já possuem histórico do problema e a prevenção é diminuir criadouros, visto que o mosquito (Aedes aegypti) transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, se reproduz neles”, comenta. 

O sarampo também é lembrado pelas especialistas. “O cenário continua preocupante. Acredito que a frequência de informações sobre o coronavírus e esse aumento de casos suspeitos colaboram nessa atenção em especial com a nova doença. Mas é importante não esquecer dos casos que já existem na região”, destaca a biomédica e mestre em microbiologia e imunologia pela Universidade Federal de São Paulo, Bruna Rocha Almeida.

O Grande ABC contabiliza 35 casos de sarampo até o momento. Em 2019, um morador de Santo André morreu por causa da doença. 

OUTROS LOCAIS

Segundo o Ministério da Saúde, pessoas que chegarem ao Brasil vindas da América do Norte, Europa e Ásia, e tiverem sintomas como febre, tosse, coriza ou falta de ar serão consideradas casos suspeitos. A alteração substitui lista de países anteriormente atualizada pelo governo federal. O País continuará atento aos viajantes da Austrália, Américas Central e do Sul.




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