O sindicalista Rogério Romancini, demitido da Volkswagen de São Bernardo desde o mês de março, conseguiu na Justiça o direito a reintegração na empresa. Agora, a Volks tem 10 dias para cumprir a determinação judicial. “Entrei com o pedido desde o dia 13 de março. O Luiz Carlos da Silva, o Biro-Biro, já tinha entrado com esse mesmo pedido em novembro, quando foi despedido também”, diz Romancini.

Segundo ele, o caso contou com o apoio de uma junta de advogados que pertencem ao movimento Com Luta, uma dissidência da CUT (Central Única dos Trabalhadores). “Caso a empresa ignore a sentença, começa a cobrança pela Justiça de multa diária de R$ 200. Se isso acontecer, vamos entrar com outro processo pedindo a prisão dos responsáveis e o aumento da multa”, diz o sindicalista.

Romancini está acampado em frente a Volks há 60 dias, junto de Biro-biro também membro do sindicato e demitido pela empresa. “O acampamento é uma forma de protesto contra a decisão da empresa de nos mandar embora em pleno mandato sindical”, diz Biro-Biro.

Desde o início do protesto os ex-funcionários contam com o apoio freqüente de representantes de sindicatos e comissão de fábrica da empresa, parlamentares e líderes estudantis. “Infelizmente o nosso Sindicato, o dos Metalúrgicos não tem nos dado apoio. Espero que pelo menos nesse caso eles me ajudem a cobrar da empresa o cumprimento da lei para minha reintegração”, afirma Romancini.

Segundo os sindicalistas, eles chegam diariamente ao acampamento às 5h, onde permanecem até às 16h. Mesmo com a reintegração de Romancini, Biro-Biro afirmou que vai continuar acampado. “Não vou desistir, continuarei aqui até ser readmitido também”, diz.

“A minha luta, por enquanto, teve um resultado positivo. Espero que o meu companheiro seja recontratado também. A determinação da sentença me dá garantia de emprego até 2009, em função do meu cargo de diretor sindical”, relata Romancini.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Francisco Duarte de Lima, o Alemão, a entidade sempre apoiou a causa de Romancini e Biro-Biro. “Desde o início nos colocamos à disposição deles. Não fomos favoráveis à decisão da empresa em demiti-los. Cobramos da fábrica várias vezes o retorno deles. Na questão da reintegração, estamos abertos para ajudar”.

A assessoria da Volkswagen informou por telefone, que o processo ainda está em aberto, com chances de recorrer e que a empresa só vai se pronunciar sobre o assunto após obter uma resposta definitiva da Justiça.