Brickmann Titulo Política
De toga e batom
Carlos Brickmann
07/03/2020 | 23:21
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 Há 103 anos, mulheres indignadas com os preços altos, o desemprego, o desabastecimento e a piora das condições de vida na Rússia imperial fizeram uma grande passeata. Operários homens se juntaram a elas, num protesto que a polícia não conseguiu reprimir. Foram dias de manifestação – uma prévia do que seria a Revolução Russa de 1917, que derrubou o czar. E a data é relembrada no Dia Internacional da Mulher, sempre em 8 de março.

 As coisas estão mudando, não em todo o mundo (ainda há países onde as mulheres não podem sair à rua sem a companhia de um homem da família), mas no mundo civilizado. Aquela força rebelde das mulheres russas indignadas e inconformadas já se estende à estrutura formal de poder.

 A partir de agora, há mais advogadas que advogados no Rio Grande do Sul. Segundo o ótimo portal jurídico Espaço Vital, já há 43.579 advogadas para 42.810 advogados. Há ministras no STF (Supremo Tribunal Federal) brasileiro. Nos Estados Unidos, Nancy Pelosi é a poderosa presidente da Câmara dos Deputados. A primeira-ministra da Islândia chefia um governo de muitas mulheres; a pessoa com mais poder na Europa é a primeira-ministra alemã Angela Merkel. Índia e Israel tiveram primeiras-ministras, ambas comandaram guerras vitoriosas e são sempre lembradas. Hillary Clinton por pouco não se elegeu presidente dos Estados Unidos – teve mais votos que Donald Trump, mas perdeu na soma dos delegados. Leva tempo, mas a conquista da igualdade pelas mulheres é inevitável.

Ouro e brilhantes – o retorno

 A Suíça devolveu ao Brasil 4,5 kg de ouro e 27 brilhantes lá depositados pelo esquema do ex-governador Sérgio Cabral, hoje preso. A existência e a localização do tesouro foram reveladas por dois dos responsáveis pela ocultação dos bens do grupo, que fizeram acordo de delação premiada. No total, os delatores levaram o Ministério Público a recuperar algo como US$ 100 milhões de Sérgio Cabral entregues a eles para ocultação. O ouro e os brilhantes estão avaliados em R$ 20 milhões.

Apartamento – o retorno

 Nota na coluna de Ancelmo Góis, O Globo, dia 6: “A advogada Adriana Ancelmo pediu de volta o apartamento da Rua Aristides Espínola, onde ela morou com Sergio Cabral, que tinha sido alugado. Metade dos aluguéis vai para ela, a outra metade é depositada em favor da 7ª Vara Criminal Federal, por decisão do juiz. Ela pretende morar lá com o novo namorado. Aliás, Adriana não é legalmente casada com o ex-governador. Quando eles brigaram, em 2011, divorciaram e nunca voltaram a casar.”

Vivo ou morto

 Mais uma citação do Espaço Vital (www.espacovital.com.br): o advogado carioca Michel Assef, 75 anos, esteve na semana passada numa agência da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro, para fazer prova de vida – exigência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Provou que estava vivo, recebeu o comprovante e foi para casa. Dias depois, recebeu aviso da Caixa avisando que, como no ano anterior ele não tinha feito a prova de vida, teria de comprovar com documentos que estava vivo em 2019. Estar vivo em 2020, para os burocratas, não prova que estava vivo um ano antes. A propósito, a tão fomentada reforma administrativa sai ou não sai?

Lombo dolorido

 O Impostômetro colocado pela Associação Comercial de São Paulo no Centro da cidade alcançou R$ 500 bilhões no dia 6. O valor dos impostos, contribuições, multas e taxas foi alcançado três dias antes que no ano anterior. O dinheiro retirado do bolso dos cidadãos também saiu alguns dias mais cedo. O economista Emílio Alfieri, da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), sustenta que essa notícia pode ser positiva: como as alíquotas não subiram, indica uma recuperação da economia – lenta, mas em alta. O deficit público também caiu, de 1,2% para 0,7%. “Antes”, diz Alfieri, “aumentava a arrecadação, mas o governo gastava mais, e o deficit crescia. Agora a receita aumenta e o gasto cai. Isso mostra que a política econômica está no rumo certo”.

Menos bagunça

 O economista da associação comercial lembra, entretanto, que a retomada do desenvolvimento poderia ser maior se as reformas já estivessem feitas. Esperemos: as reformas administrativa e tributária continuam paradas. E a cada crise dessas a que nos habituamos faz com que a demora aumente.

Boa notícia

 No governo Jair Bolsonaro, a quantidade de cartões corporativos em uso caiu de 6.100 (com Dilma Rousseff) para 1.666 – quase 75% a menos. Os gastos da Presidência da República com os cartões corporativos, que chegaram ao recorde de R$ 80 milhões em 2010, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, e ficaram na média de R$ 60,2 milhões por ano no governo Dilma, já não caíram tanto: de acordo com o colunista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br) os gastos estão hoje em R$ 52 milhões anuais, a mesma média registrada no governo Michel Temer. 




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