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Caixa tira terminais da Gtech de casas lotéricas
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
05/08/2006 | 08:26
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Dia 12 deste mês será o último em que as casas lotéricas de todo o país trabalharão com os equipamento da Gtech. Para o usuário isso pode não fazer nenhuma diferença, mas isso é algo que deixa os lotéricos do Grande ABC pessimistas e preocupados com o futuro ‘operacional‘ das apostas e prestação de serviços bancários feitos pelos estabelecimentos. Na região são 133 lojas e apenas 12 ainda não tiveram todo o maquinário trocado para o novo sistema.

Para o Sincoesp, sindicato da categoria dos lotéricos no Estado de São Paulo, com o mal funcionamento do novo sistema há a possibilidade de demissão de até 20% dos empregados no setor, que no Estado emprega cerca de 10 mil pessoas. “Espero que não ocorra isso, mas os primeiros a serem afetados sempre são os empregados, porque é o lado mais fraco. Aluguel e outros custos nem sempre são fáceis de renegociar”, explica Luiz Carlos Peralta, presidente da entidade.

Desde janeiro, quando começou o processo de troca do sistema das casas lotéricas por um que fosse da própria Caixa, os permissionários têm enfrentado diversos problemas para continuar trabalhando normalmente. O sindicato chegou a entrar com uma liminar para que pelo menos um aparelho antigo continuasse nas casas, mas desde sexta-feira isso perdeu a validade.

Peralta afirma que o sindicato ainda vai entrar com ação para reverter a queda da liminar na Justiça, mas tem dúvidas se vão obter nova vitória. “A gente tem medo do que vai acontecer depois do dia 12. A sobrecarga vai ser maior no sistema. Sinto que fomos usados como cobaias. E além disso, a licitação da Caixa é por quatro anos. Daqui três anos e meio será que vamos ter que passar por tudo isso de novo?”, questiona.

O presidente do sindicato conta que a receita de uma lotérica é dividida entre os jogos e os serviços bancários prestados. O que mais é afetado com as mudanças é o segundo, pois nesse meio há concorrência com os bancos, correios e até supermercados, enquanto o primeiro tem exclusividade das casas.

Para o proprietário de lotéricas em Santo André e São Paulo, Paulo César Antiqueira, o prejuízo médio semanal tem sido de R$ 300 em uma unidade e R$ 800 na outra. “Quando conversamos com os consultores da Caixa aqui da região, eles até entendem nosso problema, mas a solução está lá em Brasília, e eles não têm como resolver”, diz.

Ele conta que na última semana em apenas três dias houve funcionamento normal do sistema. “A máquina nova é ótima, mas a central não agüenta o volume de transações”, afirma. Segundo a Caixa, no Grande ABC são realizadas 220 mil transações diariamente.

Caixa – Edvaldo Contin, gerente regional de canais da superintendência da Caixa no ABC, afirma que quando houver apenas um sistema funcionando será mais ágil. “Houve picos de paradas, mas na comparação do primeiro semestre deste ano com o de 2005, o incremento foi de 2% nas loterias e nas transações bancárias de 27%. Também já houve ressarcimento de quem ficou no prejuízo”, afirma.



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