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Bacalhau tem procura de última hora
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/04/2010 | 07:00
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Muita gente deixou para a última hora a procura por bacalhau e outros pescados e foi às compras destes produtos somente ontem pela manhã em supermercados e sacolões da região. O foco era manter a tradição do almoço na Sexta-feira Santa e também iniciar os preparativos para fazer prato à base do peixe, amanhã, domingo de Páscoa.

Dessa forma, apesar de os preços também tradicionalmente elevados, a demanda estava aquecida por algum dentre os diferentes tipos do bacalhau, seja o Porto, de custo mais alto, o Ling, de valor intermediário, até o Zarbo, um pouco mais em conta.

Levantamento feito pelo Diário apurou que o produto estava, em média, R$ 7 mais caro, na região nesta semana. No entanto, se o consumidor pesquisasse bem, poderia aproveitar ofertas, um pouco menos salgadas.

A dona de casa Aparecida Augusto, 80 anos, que foi às compras ontem pela manhã na Coop da avenida Industrial, em Santo André, não viu motivos para reclamar. No supermercado, o Porto estava em oferta, e custava R$ 33,99 o quilo, menos do que a média (R$ 42) registrada em pesquisa recente da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), e também abaixo do valor (R$ 50) do levantamento feito no ano passado.

No mesmo local, o Porto desfiado saía ontem por R$ 4,59 cada 100 gramas, ou seja, praticamente o preço da peça desse item em 2009. A Craisa levantou que a lasca do produto, na região, estava mais em conta há poucos dias (estava em R$ 33,90), e era ainda mais barato nessa época do ano passado (R$ 30).

O autônomo João César Sá Dantas, 57 anos, que também foi ao mercado ontem reclamou dos valores. "O preço está salgado que nem o bacalhau", disse o consumidor, que pretendia comprar 200 gramas do desfiado e mais dois quilos de batata para fazer bolinhos.

No sacolão da Craisa, no mesmo município, a dona de casa Iraci de Oliveira da Silva, 44 anos, também pretendia levar uma das opções do produto e não se queixava muito dos valores. "Não está tão caro, dá para levar para matar a vontade", afirmou.

No local, o do Porto saia por R$ 37,99, o Ling, R$ 26,99, e o Zarbo, por R$ 19,90 - no ano passado, essa última variedade custava em média R$ 20. "Vou deixar de molho hoje e ir trocando a água; o certo é deixar (dessalgar) por 48 horas", disse Iraci.

PEIXES - Quem deixou pra comprar peixes de última hora corria o risco de ter de pagar até 50% mais. Ontem, entretanto, também foi o momento de os comerciantes ampliarem vendas com a demanda mais aquecida.

Na peixaria Ramos, box dentro das instalações da Craisa, a demanda era intensa ontem pela manhã. No local havia fila de consumidores interessados em manter viva a tradição da Semana Santa.

Uma das clientes, a gerente comercial Denilze Guedes, 35 anos, comprava salmão, que estava R$ 29 o quilo, e a tainha - que encontrou por R$ 17 o quilo - , que iria fazer cozida para almoçar ontem mesmo. "Não está muito barato, mas não vi muita diferença em relação ao preço de algumas semanas antes", afirmou.




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