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Mateus Solano no teatro
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16/01/2009 | 07:00
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Divulgação


O controverso papel do jornalista, compositor, produtor e galã Ronaldo Bôscoli na minissérie Maysa - Quando Fala o Coração, da Globo, passou pelas mãos de Rodrigo Santoro e Ricardo Lombardi antes de cair nas mãos de Mateus Solano que, pouco conhecido do grande público, acabou se tornando sensação da temporada. E por feliz coincidência, ao mesmo tempo em que o último capítulo de Maysa vai ao ar hoje, o ator sobe pela primeira vez ao palco como Horácio, na reestreia do Hamlet de Wagner Moura, substituindo o ator Caio Junqueira. Com apenas 27 anos, Solano começou a carreira no teatro há 12 anos. Desde então, esteve em cerca de 30 peças - seis delas só no ano passado. O Bôscoli cafajeste, que deixou a audiência doida da vida ao lançar um ‘Gorda! Cafona!' na cara de Maysa em capítulo exibido na semana passada, é o seu primeiro papel de destaque na TV. Mais ou menos isso. Ao ver o moço todo charmoso nos anos 1960 da minissérie, poucos devem ter se dado conta de que ele vive o personagem ‘O Ligador' de uma série de comerciais de uma operadora de celulares. Sobre essa carreira singular, que vai da publicidade a Shakespeare, o ator conversou por telefone, um dia antes de chegar a São Paulo para o ensaio geral de Hamlet.

Como apareceu o convite para integrar o elenco de Hamlet?
MATEUS SOLANO - Conheci o Wagner (Moura) nas gravações da minissérie JK (de 2006, na qual viveu o médico Julio Soares, na primeira fase da historia) e planejamos trabalhar juntos no teatro um dia. Muito tempo depois, fui ver a peça e fiquei muito entusiasmado. Um dia, encontrei com o Wagner na rua. Ele me contou que o Caio Junqueira ia sair do elenco e me chamou.

É o seu primeiro Hamlet?
SOLANO - Sim, primeiro Hamlet e primeiro Shakespeare. Eu já fiz mais de 30 peças, mas sempre de autores contemporâneos.

Falando de Maysa, o que você buscou do Ronaldo Bôscoli real para compor o da TV?
SOLANO - Não quis procurar parentes ou pessoas que conviveram com ele para não alimentar expectativas. O que fiz logo de cara foi ler a autobiografia dele, que já me deu uma noção muito clara sobre como ele era.

Se Maysa fosse uma novela, uma ficção simplesmente, o seu Ronaldo Bôscoli seria o cafajeste do pedaço, que aparece para tirar a mocinha do prumo. Não teve algum receio de viver um personagem assim, sendo ele uma pessoa real e, ainda por cima, contemporânea?
SOLANO - Tive uma preocupação, sim, mas nesse sentido mesmo que você falou, por ele estar representado como um cafajeste e ser uma pessoa real, que ainda estaria na memória de muita gente. Mas, aos poucos, fui deixando isso de lado, porque muita gente que conheceu o Bôscoli me diz que ele era daquele jeito mesmo, bastante mulherengo. Como ator, eu até tentei defender o personagem, mas nesse caso não deu (risos).

De repente, ele até gostava dessa fama...
SOLANO - Acho que gostava, sim! Mas ao mesmo tempo em que ele era daquele jeito, namorador, escrevia coisas como ‘Dia de luz/festa de sol/ e um barquinho a deslizar/ no macio azul do mar'. Era um poeta maravilhoso.

Quer dizer que você é ‘O Ligador'? É muito reconhecido por causa desse papel?
SOLANO - Não. Aquela caracterização, com barba e óculos, me protege. É como o disfarce do Clark Kent. Ele é um cara sem jeito, meio jeca, e ficou muito diferente das outras coisas que faço.

Entrei numa fila para entrevistar você. Que tal ser o ator sensação do verão?
SOLANO - Sensação do verão, eu? Não... Sensação do verão é esse sol do Rio...




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