Sob o alívio do acordo sobre o orçamento comum 2007-2013, a Áustria assume no dia 1º de janeiro a Presidência da União Européia, que estava com a Grã-Bretanha, e terá em sua gestão pontos importantes como a adesão da Turquia ao bloco e a cúpula entre a UE e América Latina em maio.
Após a crise provocada pelo 'não' francês e holandês à Constituição Européia e as duras negociações de orçamento comum, decidido com dificuldade na última cúpula de Bruxelas de dezembro, a Áustria deverá ter uma Presidência menos movimentada que as de Luxemburgo ou do Reino Unido em 2005. Nesta disposição, estará entre os seus objetivos relançar o debate sobre a Constituição da UE, ratificada até agora por 13 Estados membros, e organizar a cúpula com a América Latina, na qual são esperados avanços na negociação de acordos comerciais com os blocos da região.
A cúpula UE-América Latina e Caribe, que se realiza a cada dois anos e sucede desta vez à de Guadalajara (México 2004), está prevista para 11 e 12 de maio próximos em Viena.
O desenvolvimento, a luta contra a pobreza, a coesão e, como ficou dito, as negociações para fechar tratados de livre comércio (Mercosul) ou abri-los (Comunidade Andina de Nações e América Central) figuram da agenda. Sobre a Turquia, a ministra austríaca das Relações Exteriores, Ursula Plassnik, assegurou que seu país, que havia bloqueado a abertura das negociações de adesão com Ancara, mas cedeu após uma forte pressão dos sócios de bloco, respeitará na Presidência da UE os compromissos adotados.
"Não há qualquer razão para se ter a menor suspeita sobre a predisposição da Áustria sobre o assunto", assegurou Plassnik ao apresentar o programa de Viena, que terá as rédeas da UE até o final de junho, quando a Finlândia assume o posto.
A Áustria 'leva muito a sério', com um espírito sincero aberto, seu papel de presidente em relação à Turquia", continuou Plassnik.
Em outubro passado, a Áustria, cuja população se opõe de forma categórica ao ingresso da Turquia à UE, tentou bloquear um acordo entre os 25 países sobre a negociação que deveria ser apresentada a Ancara a fim de oferecer ao país uma alternativa de adesão ao bloco como membro pleno. Apesar de afirmar que seu país não levará em conta esta posição passada, a ministra austríaca não se pronunciou sobre a data na qual será aberto oficialmente o primeiro capítulo das negociações.
"É muito cedo para julgar se será possível abrir um ou outro capítulo durante a primeira parte do ano", destacou Plassnik.
Outro tema que a Áustria tentará avançar será a polêmica diretiva européia "Bolkestein" de liberalização dos serviços, assim como as relativas ao tempo de trabalho e às questões de segurança.