Dezenas de israelenses ultranacionalistas, opostos ao plano de retirada da Faixa de Gaza, bloquearam nesta segunda-feira a entrada principal de Jerusalém com pneus queimados. Os manifestantes, em maioria jovens colonos, chegaram a interromper o trânsito na estrada que liga Tel-Aviv a Jerusalém, na entrada oeste da cidade santa, até a intervenção da polícia, que prendeu várias pessoas.

A manifestação aconteceu depois que o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, anunciou que o governo de Israel votaria, no próximo domingo, a aplicar efetivamente seu plano de retirada da Faixa de Gaza e de quatro assentamentos judeus isolados da Cisjordânia. O governo já havia aprovado, em 6 de junho de 2004, o plano de retirada avalizado em seguida pelo Parlamento em outubro passado. O plano prevê a retirada, em 2005, de todas as colônias judaicas da Faixa de Gaza e de outras quatro do norte da Cisjordânia, cujos moradores obterão importantes compensações financeiras.

Sharon anunciou a decisão ante a Comissão parlamentar das Relações Exteriores e da Defesa. A reunião ficou tumultuada quando o deputado Effi Eitam, líder do PNR (Partido ultranacionalista religioso), criticou Sharon por "estimular a violência contra os colonos" ao acusar alguns deles de prepararem ações violentas para impedir a aplicação do plano. O deputado, que interrompeu o primeiro-ministro para denunciar seu "comportamento ditatorial", foi expulso da comissão.

Os principais dirigentes israelenses estão recebendo há várias semanas cartas, fax e ligações anônimas ameaçadoras, além de cartazes, adesivos e grafites procedentes dos colonos ultranacionalistas.