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PSDB regional ganha espaço na sucessão presidencial
Por Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
05/10/2009 | 07:00
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Ao contrário das duas últimas eleições presidenciais, quando o PT da região teve grande influência na coordenação das campanhas e na formulação dos planos de governo, em 2010 a história não se repetirá. A indicada para sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é oriunda do Sul do País, o que torna improvável a participação de companheiros do Grande ABC no campo estratégico petista.

Já com o PSDB, o cenário deve ser favorável às lideranças regionais. O ex-prefeito de São Bernardo, William Dib deixou o PSB e filiou-se como estrela do PSDB semana passada. Ele será o coordenador das candidaturas tucanas ao Planalto e ao governo do Estado, aliando o trabalho à tentativa de uma vaga na Câmara Federal.

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB) não deve se envolver tanto pessoalmente, mas já declarou que a cidade estará mobilizada para ser o "quartel general" do PSDB. O apoio do petebista deve resultar em benefícios políticos após o término do mandato, em 2012.

Nos pleitos de 2002 e 2006, o êxodo de integrantes da região para o governo federal deveu-se principalmente pela aproximação de Lula com as cidades locais e a participação de aliados da administração de Santo André no processo eleitoral.

À época, migraram para Brasília depois do êxito nas urnas a ex-secretária de Inclusão Social e Habitação da Prefeitura andreense Miriam Belchior (atual subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil) e do ex-titular da Pasta de Governo da administração local Gilberto Carvalho (e hoje chefe de gabinete da Presidência da República). O ex-chefe do Executivo de Santo André Celso Daniel (morto em 2002) e o ex-comandante municipal de Diadema José de Filippi Júnior (1997 a 2004) também participaram das articulações, mas não chegaram a ter cargo no Planalto.

"É normal a indicação de pessoas próximas de seus redutos, como ocorreu com Lula (ex-sindicalista e metalúrgico de São Bernardo). No caso do PT, muitos se envolveram m confusões, como o Zé Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), o que enfraqueceu o partido em âmbito não só regional, mas paulista", analisa o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira.

O especialista acredita que, caso seja estabelecida vitória de Dilma, os que já trabalham em Brasília tem grande chance de permanecer, mas a possibilidade de ingresso de novos políticos local é diminuta. "Trata-se de proposta de continuidade."

Candidatura do PV mobilizará verdes locais

A efetivação da candidatura do PV à Presidência da República, encabeçada pela senadora Marina Silva, deve mobilizar os verdes da região. Componentes do partido têm a maior representatividade junto às executivas nacional e estadual da legenda, se comparado com a atuação de políticos locais de outras siglas.

O PV é o partido com mais representantes, tanto em âmbito estadual quanto nacional. São cinco dirigentes paulistas: a vereadora de Diadema Regina Gonçalves é a presidente; Vera Motta, de São Bernardo, é a vice; completam o time regional dos verde o secretário de Meio Ambiente de São Caetano Oswaldo Ceoldo; o prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi; e o secretário Especial de Coordenação de Infra-Estrutura Giba Marson. Regian Vera e Oswaldo também são da cúpula nacional.

A possível candidatura de Marina Silva não deve ser agregada com muitos outros partidos. As legendas devem concentrar forças de coalizão junto ao PT e PSDB. Assim, caso a zebra verde chegue ao comando do Palácio do Planalto, é grande a possibilidade da migração de políticos da região à Brasília para o preenchimento dos cargos no governo federal.

Em pesquisas eleitorais divulgadas no mês passado, a senadora que deixou o PT para ingressar no PV tem 6% das intenções de voto. No cenário com a verde, José Serra (PSDB) lidera com 34%, Dilma Rousseff (PT) surge empatada com Ciro Gomes (PSB) com 14% e Heloísa Helena (Psol), 8%.

MARINHO - O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), fez neste ano o caminho contrário a alguns de seus companheiros. O petista saiu da Explana dos Ministérios, onde comandou as Pastas de Previdência e do Trabalho, para cumprir missão local no Paço da cidade em que o presidente Lula se destacou em Âmbito nacional, ao liderar o movimento sindical nos anos 1970 e 1980.




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