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Governo e oposição devem se reunir neste domingo na Bolívia
Da AFP
26/11/2006 | 16:15
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O governo boliviano e a oposição de direita devem se reunir na noite deste domingo em La Paz para tentar sair da crise política que levou à paralisação do Parlamento.

As divergências se concentram principalmente na reforma agrária, no sistema de votação na assembléia constituinte e no controle que o poder central quer ter sobre os governadores eleitos. Seis destes governadores, de um total de nove, são opositores ao presidente Evo Morales.

Os senadores do partido Podemos (Poder Democrático e Social, direita), que têm maioria no Senado, abandonaram seus postos terça-feira passada, paralisando o Parlamento por falta de quorum.

Governo e oposição marcaram uma reunião para as 22h de Brasília deste domingo em La Paz, da qual deve participar o vice-presidente boliviano, Alvaro Garcia Linera. "Estamos explorando diversas opções, mas ainda não há resultado", disse laconicamente Garcia Linera ao término da reunião de sábado.

Conhecido como um negociador habilidoso, Linera substitui o presidente Morales, em viagem oficial à Holanda. Depois do país europeu, Morales visitará Nigéria e Cuba.

Cerca de 50 mulheres de uma organização autônoma de Santa Cruz (leste), a capital financeira do país, iniciaram sexta-feira uma greve da fome para protestar contra o sistema de votação na assembléia constituinte.

Samuel Doria Medina, o líder da Unidade Nacional (centro-direita), também faz greve da fome em Sucre (centro) que já está no seu décimo dia.

Os grevistas protestam contra a vontade de Morales de impor o voto por maioria simples na constituinte, enquanto que a lei determina claramente que a nova Constituição deve ser aprovada pela maioria de dois terços.

O MAS (Movimento Ao Socialismo) de Morales tem apenas a maioria simples na assembléia constituinte. Milhares de camponeses aymaras simpatizantes de Evo Morales estão indo para La Paz, onde devem chegar segunda-feira para pressionar os senadores.

Também na segunda-feira, seis governadores de regiões contrárias a Morales se reunirão em Cochabamba para estudar ações como greves regionais.




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