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Grande ABC registra primeiro caso suspeito de coronavírus

Paciente tinha visitado a China recentemente; Estado monitora sete casos e País, 12 ao todo

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
01/02/2020 | 00:01
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Governo China


 Morador de Mauá, de 27 anos, é o primeiro caso suspeito de coronavírus do Grande ABC, conforme a Secretaria da Saúde do Estado informou ontem. Ele visitou a China entre 4 e 25 de janeiro. O paciente recebe cuidados em isolamento domiciliar, com restrição de contato com pessoas e ambientes externos. O quadro é considerado estável. Ao todo, o Estado investiga sete casos – quatro na Capital, um em Paulínia e um em Americana.

Na ficha de cadastro do Hospital Albert Einstein, na Capital, onde o paciente foi atendido na quarta-feira, consta endereço comercial de Santo André e residencial de Mauá. A Prefeitura andreense informou que trabalha para localizar o homem para que sejam coletadas análises para investigação do caso. A administração mauaense informou que irá seguir as medidas protocolares do Ministério da Saúde. 

Não há tratamento específico para a doença, portanto, os cuidados incluem hidratação e isolamento. Dependendo da situação, médico pode receitar medicação para amenizar os sintomas. Os familiares foram orientados em relação a ações preventivas, tais como uso de máscaras, higienização das mãos e não compartilhamento de objetos de uso pessoal.

O governo estadual anunciou, ontem, plano de prevenção e formação de comitê estratégico para ações relacionadas ao vírus. As ações incluem investimento de R$ 200 mil para aquisição de kits diagnósticos para o Instituto Adolfo Lutz, na Capital, e compra de insumos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para profissionais da saúde de hospitais e laboratórios do Estado.

A administração estadual também criou centro de operações de emergências com representantes de instituições estaduais, municipais e federais para auxiliar na organização e normatização de ações de prevenção, vigilância e assistência. A iniciativa também analisa a conjuntura do coronavírus e capacita profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde). Atualizações sobre o avanço e mais informações podem ser acessadas pelo site http://saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/.

Na região, cinco prefeituras garantem que seguem as diretrizes do Ministério da Saúde e aguardam orientações conforme desenvolvimento do cenário. Em São Bernardo, a administração criou comitê de combate ao coronavírus com equipe multidisciplinar para traçar diretrizes de prevenção e combate à doença no município.

CENÁRIO

O País tem 12 casos suspeitos. Além dos sete paulistas, dois estão no Rio Grande do Sul, um no Ceará, um no Paraná e um em Santa Catarina. Em todo mundo, pelo menos 9.900 pessoas já foram infectadas, sendo 99% dos casos na China, onde o surto iniciou. Lá, foram ao menos 200 vítimas fatais. A estimativa é a de que o coronavírus esteja em 26 países.

Na quinta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou estado de emergência global. Atualmente, o País está no grau de risco dois, ou seja, há perigo eminente de entrada do vírus em terras brasileiras. A União assinala que irá elevar o nível apenas se pessoa infectada for confirmada, decretando emergência de saúde nacional.

Os principais sinais são febre, tosse e dificuldade para respirar. A transmissão costuma ocorrer pelo ar ou contato com secreções contaminadas, como saliva, espirro, tosse e aperto de mão. “Esses sintomas são comuns a várias outras viroses, daí a dificuldade em se estabelecer o diagnóstico diferencial”, explica David Uip, infectologista e reitor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). Pacientes com estes indícios são considerados suspeitos quando estiveram em área de transmissão ativa do vírus nos últimos 14 dias, que é o tempo de incubação da enfermidade.

AÇÕES PREVENTIVAS

Para evitar a contaminação de colaboradores, empresas da região têm adotado medidas preventivas. Em São Bernardo, a Scania e a Mercedes-Benz garantem que seguem diretrizes da OMS, instruindo funcionários. Na Volkswagen, a orientação é adiar viagens à China até março e, no caso de trabalhadores que retornam do país asiático, a indicação é fazer home office por duas semanas. Antes de qualquer viagem, eles passam por avaliação médica para eventual vacinação contra gripe.

O Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) afirma que não há informações de que os estabelecimentos de hospedagem da região estejam recusando hóspedes que venham desses países.




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