Na casa de Sarah Lemos Alcará, 6 anos, não há chaminé, guirlandas na porta ou botas na janela. Mesmo assim, a garota espera com ansiedade a visita do desconhecido Papai-Noel. A figura ilustre do Natal foi chamada com antecedência no bairro de Ouro Fino, em Ribeirão Pires. O aviso foi enviado por carta, diretamente para o Pólo Norte. A resposta, porém, pode estar mais perto, aqui mesmo no Grande ABC. Para fazer a festa de Sarah, não é preciso passaporte ou título de bom velhinho, basta adotar seu pedido de ganhar um ursinho de pelúcia junto às agências dos Correios.
A estatal promove, a partir desta segunda-feira, uma campanha de Natal que tem, por objetivo, incentivar os cidadãos de toda a região a realizarem os desejos de milhares de crianças, sejam elas carentes ou não. Para isso, a coordenação selecionou postos de atendimento nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá. Em cada uma das agências, a as pessoas poderão escolher qual criança presentear.
De acordo com o responsável pelos Correios na região, Antonio Rabello, a expectativa é elevar o número de cartas atendidas. “Ano passado recebemos 2.496 correspondências. Desse total, 469 foram atendidas”, diz. Para conseguir melhores resultados, os funcionários dedicam-se diariamente à pré-leitura das cartas. Nesse processo, é feito um cadastramento e uma pré-seleção, de acordo com a faixa etária e necessidades das crianças.
Os pedidos classificados como urgentes recebem prioridade dos Correios. “As cartas de crianças mais carentes são cadastradas antes para que sejam enviadas com mais agilidade e rapidez aos postos da região. Assim, as pessoas terão mais tempo para adotá-las”, conta a funcionária Juliana Teixeira.
Entre os pedidos mais comoventes estão aqueles que desejam o básico, como comida para uma ceia especial de Natal, sapatos, roupas ou mesmo um brinquedo. Histórias como a dos irmãos Cleiton e Guto, que nunca tiveram a chance de receber um presente no Natal. Apesar disso, os moradores de São Bernardo têm desejos modestos: uma muda de roupas, um calçado ou brinquedo.
A pequena Eloisa de Almeida, 5 anos, de Santo André, também não é exigente: quer um “pintinho de verdade”, já que o seu morreu mês passado.
O imaginário infantil é extenso. No montante de cartas recebidas pelos Correios, o que não falta é criatividade para pedir recompensas ao Papai Noel. O estudante Vinícius Tavares de Almeida, 6 anos, de Mauá, segue a tendência de todo menino de sua idade. Vestido à caráter, o garoto quer um boneco do homem-aranha. “Eu sei que o Papai-Noel existe e, como me comportei durante o ano, acho que vou ganhar o que pedi”, garante o menino.
O pai, Marcos Almeida, incentiva Vinícius e já planeja a compra do brinquedo, caso o bom velhinho não possa comparecer. “Tenho condições de dar isso a ele. Mesmo assim, acho saudável a expectativa”, diz.
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