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Beatles à brasileira
Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
09/08/2007 | 07:09
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Enquanto os rapazes de Liverpool revolucionaram a história da música com a reinvenção do rock’n’roll norte-americano, uma banda brasileira, que se dedica a versões bem pessoais do repertório beatle, foi agraciada recentemente com um prêmio especial por divulgar o Reino Unido através da música. Trata-se d'Os Britos, que receberam a homenagem do próprio príncipe Andrews, duque de York, durante visita ao Brasil.

Tudo começou em 1994, quando George Israel (do Kid Abelha), Rodrigo Santos e Gutto Goffi (Barão Vermelho) e Nani Dias (ex-Lobão) foram convidados para o lançamento do filme Back Beat – Os Cinco Rapazes de Liverpool, no Circo Voador.

De lá para cá, o grupo passou a fazer apresentações e cativou um público fiel. “Fazíamos um show ou outro só por curtição. Até que o Pedro Paulo Carneiro resolveu fazer a ponte com o órgão de turismo inglês e a brincadeira se desdobrou em CD, DVD e uma viagem à Inglaterra”, conta Nani Dias.

A turnê de 2005 deu tão certo que em outubro do ano seguinte o conjunto repetiu a dose levando um grupo de fãs dos Beatles a tiracolo. “Levamos uns 20 brasileiros. Tocamos em Dublin, no Cavern Club, no Hard Rock Café de Londres e tivemos uma série de pequenos prazeres, como ir à casa de Jimmy Hendrix e tocar na sua própria guitarra. Não éramos bem guias, mas uma espécie de catalisadores da excursão”, explica Dias.

EMOÇÃO

Em Liverpool, os músicos-cicerones passearam de ferry pelo rio Mersey, conferiram o acervo do Beatles Story, visitaram o Casbah Coffee Club e conheceram Strawberry Fields.

Mas a maior emoção ficou por conta de tocar no local onde os Beatles iniciaram a carreira. “O Cavern é para Liverpool o mesmo que o Pão de Açúcar é para o Rio de Janeiro. Fica aberto, com aquela fila de bandas se apresentando o dia todo. Não pagam cachê e todo mundo quer tocar”, diz Guto Goffi, que se confessou impressionado com o agito da cidade à noite: “É incrível. As mulheres saem com as menores minissaias do mundo, mesmo no frio, e gostam de beber. É uma cidade careta de dia e, à noite, vira uma bagunça deliciosa”.

“Também tem muita briga de mulheres, sempre com cabelos louros e grau etílico apurado nas cabeças. Acho que se bebe muito porque faz frio e não há muito o que fazer. Às 23h, já tem um monte de bêbados e gangues querendo briga pelas ruas. É a província mais punk-rock’n’roll que já vi”, completa Rodrigo Santos.

O baixista do Barão Vermelho – que em breve lançará um CD solo – também se encantou com os ambientes de algumas músicas dos seus ídolos. “Strawberry Fields é um lugar mágico: a rua é superbonita, com folhas no chão e um clima meio outono. Já Penny Lane tem a barbearia onde os Beatles cortavam o cabelo.”

Nani Dias, por sua vez, gostou do museu que conta a história dos rapazes. “Tocamos no piano de John. Em cima dele, havia uma flor e os óculos do Lennon. Nada lá é muito original, tem várias réplicas, mas o piano realmente foi dele, e tem algo mágico.”



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