O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, inicia neste domingo seu segundo mandato de três anos à frente da entidade. A solenidade de sua posse e a dos demais 26 membros da Executiva será às 9h30, no estádio Bruno Daniel, em Santo André. De acordo com Marinho, a marca desta sua nova gestao será a consolidaçao do projeto do sindicato no local de trabalho, representado pelos comitês em 68 fábricas. "Vamos provocar uma revoluçao na forma de organizaçao sindical", disse.
A nova forma com que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vai atuar antecipa, segundo Marinho, a mudança na estrutura sindical do país. "Estamos nos preparando para o novo momento que vai chegar, de pluralismo, liberdade e autonomia sindical. Quando esse modelo vier, a organizaçao no local de trabalho será fundamental para a conquista de espaço e disputa de hegemonia entre os trabalhadores", comentou.
As mudanças já começaram com o processo eleitoral. Neste ano, o pleito foi dividido em dois momentos. No primeiro, em abril, foram eleitos comitês em 68 empresas, totalizando 192 representantes de fábricas na direçao plena do sindicato. Na segunda fase, em maio, os cerca de 69 mil sócios votaram na chapa única, encabeçada por Marinho, e que definiu os 27 membros da Executiva - dentre os quais nove diretores executivos - e os seis do Conselho Fiscal.
"Tivemos de ter cautela nesse processo, porque muitas empresas nao permitiram a organizaçao de comitês sindicais de fábrica. Mas esperamos neste mandato dobrar o número de comitês", disse Marinho. Essas instâncias, explicou, terao o papel hoje desempenhado pelas comissoes de fábrica. "Elas vao discutir o cotidiano da fábrica. As questoes gerais, como a convençao coletiva, continuarao a ser decididas em assembléias", esclareceu.
Em sua nova gestao, Marinho vai manter a bandeira da manutençao do emprego, que permeou todo o seu mandato anterior. "Mas também vamos batalhar pela reduçao da jornada de trabalho, que está inserida na luta pelo emprego. A intençao é, onde a jornada é de 44 horas semanais, reduzir para 40 horas; nas fábricas que têm 40 horas, chegar a 36 horas. A reduçao, além de criar mais empregos, dá possibilidade de o trabalhador dedicar-se ao lazer e à formaçao profissional e escolar", disse.
Outra bandeira do sindicato, acrescenta, será a do desenvolvimento econômico. "Continuaremos a discussao da renovaçao da frota, do acordo automotivo, mas também, no âmbito da Câmara Regional do ABC, discutiremos mecanismos de geraçao de emprego, como a constituiçao de cooperativas por desempregados", afirmou Marinho.
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