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Ribeirão Pires dispensa funcionários da frente de trabalho depois de dois dias

Prefeitura assinou contrato com 50 colaboradores, mas demitiu alegando ilegalidade em ano eleitoral

Daniel Tossato
Do dgabc.com.br
15/01/2020 | 23:30
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Claudinei Plaza/DGABC


Dois dias após contratação de 50 pessoas para o Programa Auxílio Desemprego, a frente de trabalho municipal, a Prefeitura de Ribeirão Pires, chefiada por Adler Kiko Teixeira (PSB), dispensou os profissionais que foram selecionados e que deverão receber R$ 35 pelos dias trabalhados.

Cem pessoas foram convocadas para participar do programa a partir de segunda-feira. Cinquenta compareceram. Naquele dia, souberam do cronograma de atuação. Na terça-feira, foram avisados que as contratações não poderiam acontecer por se tratar de ano eleitoral. Contrato de trabalho foi assinado por eles no dia 6 de janeiro.

Cássia Keren Teófilo, 22 anos, moradora do Jardim Caçula, foi uma das selecionadas que assinaram contrato no dia 6 de janeiro e que foram chamadas para iniciar as operações como ajudante geral a partir de segunda-feira. Na terça-feira, porém, após realizar exame médico e receber uniformes, Cássia e os demais selecionados foram avisados que o contrato havia sido suspenso e que eles poderiam voltar para suas casas.

“Ficamos sem acreditar. Não nos explicaram corretamente o que estava acontecendo, só nos disseram que a Prefeitura não poderia ter contratado ninguém, pois 2020 é ano de eleição”, relatou Cássia.

Logo que foram comunicados, alguns dos convocados se encaminharam até o prédio da administração para exigir explicações do que poderia ter ocorrido. Segundo Cássia, o secretário de Administração, Adriano Dias Campos, teria reconhecido o erro e confirmado que a contratação estaria prejudicada por se tratar de ano eleitoral.

As inscrições para a frente de trabalho, porém, se iniciaram em maio do ano passado e mais de 1.000 pessoas se inscreveram para participar da ação, que oferece emprego temporário, salário, vale adicional de R$ 100 e capacitação profissional. Para participar da frente é preciso ser morador de Ribeirão Pires e estar desempregado há mais de um ano.

“É uma situação bem complicada, pois achei que iria começar 2020 com um emprego. Com o salário que ganharia (R$ 773), iria pagar um curso de técnico em enfermagem para poder conseguir emprego melhor”, declarou Cássia, que tem dois filhos pequenos. “A Prefeitura tem que resolver isso de alguma forma. Entrei em contato com advogados e pretendo entrar com uma ação contra a Prefeitura”, disse.

Outros trabalhadores que foram dispensados após dois dias de serviço estão se articulando para mover ação contra o Paço de Ribeirão Pires. Na segunda-feira, a Secretaria de Administração agendou reunião com os selecionados para transmitir posição oficial.

Por meio de nota, a Prefeitura de Ribeirão alegou que suspendeu as atividades do Programa Auxílio Desemprego e que a suspensão se dará até o dia 31, para análise do corpo jurídico do Executivo sobre a dúvida a respeito das atividades do programa em ano eleitoral. O governo Kiko declarou que seguirá todas as diretrizes legais e que está prestando informações e orientações aos profissionais convocados. 




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