Projeto oferece aulas no contraturno em Santo André e São Bernardo
Para tirar os filhos da ociosidade no período contrário da escola e evitar que as crianças passem tempo demais na frente da televisão ou no celular, pais do Grande ABC têm apostado no reforço escolar. A medida também é alternativa para famílias que precisam desembolsar gasto extra com cuidador para que os pequenos não fiquem sozinhos enquanto os pais trabalham.
O autônomo Laércio Paiva, 53 anos, e a professora Débora Elisa, 46, dizem que o investimento vale a pena, já que a filha Victoria Teixeira Paiva, 10, “deixou o celular de lado”. Como os dois trabalham, optaram por matricular a menina no projeto Alicerce, que oferece reforço escolar para estudantes de 6 a 17 anos. Os valores variam de R$ 119 para participar das atividades três vezes por semana, e R$ 179 no caso dos alunos que frequentam cinco vezes.
“Ela (Victoria) vai ficar na sede durante os cinco dias da semana. Além de ser muito prático para nós, acaba sendo mais em conta”, observa Paiva. Ele se refere ao gasto que tinha com uma cuidadora para olhar a garota – em torno de R$ 300. “Essa pessoa não cuidava só da minha filha. Cuidava de outras crianças também, então, acabava sendo perigoso”, considera a mãe. A estudante aprova a decisão. “Por meio de danças, músicas e brincadeiras, aprendemos muito mais. Estou entendendo mais de inglês assim”, comenta.
No caso da pequena Anny de Oliveira Sampaio, 6 anos, estudante do primeiro ano do ensino fundamental no período da tarde, a manhã deixou de ser ociosa. A iniciativa permite que os estudantes fiquem nas unidades de ensino até cinco horas e meia por dia, com aulas de matemática, português, inglês, programação e descoberta – temas relacionados a música, literatura, física, química e conhecimentos gerais.
A primeira unidade do Alicerce foi inaugurada em junho em Osasco, e, atualmente, o projeto conta com 17 polos de ensino (são 600 alunos), incluindo Santo André, desde o dia 30 de novembro, e São Bernardo, desde 7 de dezembro.
Vice-presidente da rede, Mônica Cristina Weinstein comenta que antes de o Alicerce abrir um polo, é feita pesquisa de quantas crianças poderão ser auxiliadas pelo projeto. “Buscamos atender tanto os alunos de escolas públicas quanto de particulares, e que seja valor acessível para ambos”, destaca. Para ela, os polos de ensino também servem como segurança aos pais que não têm com quem deixar os filhos enquanto trabalham. “A maioria das crianças fica meio período no colégio e na outra parte do dia fica vendo televisão”, observa.
As aulas do projeto são ministradas por estudantes universitários e recém-formados. Gestora da unidade de Santo André, Victória Arante, 22, estuda matemática na UFABC (Universidade Federal do ABC). Para ela, a troca de experiências é fundamental. “Aplicamos conhecimento, que impacta diretamente nos alunos, mas também aprendemos muito”, diz.
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