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Fritas em ambulantes têm menos bactérias

Estudo aponta que de 22 amostras contaminadas, 86,3% foram coletadas em restaurantes

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
19/12/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Estudo realizado por graduandos de nutrição da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e divulgado nesta semana pelo Conjuscs (Observatórios de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS) aponta que é mais seguro consumir batata frita feita por ambulantes do que em restaurantes da região. De 60 amostras do alimento coletadas em cinco estabelecimentos comerciais e cinco vendedores informais do Grande ABC, 22 tinham agentes com potencial contaminante. Destas, 19 (86,3%) são de food service, enquanto três (13,6%), oriundas de comerciantes que atuam nas ruas.

Foram encontradas as bactérias Escherichia coli (36,6%), ligada a infecções que atingem o intestino, e a Salmonella (1,6%), causadora de gastroenterite. A análise concluiu que as fritas foram vítimas de contaminação cruzada. “A Salmonella é características de produtos cárneos (de origem animal), como ovos e frango, e a Escherichia coli é própria do intestino humano. Portando, dificilmente são encontradas livres na natureza, em raízes e tubérculos”, explica Caroline Rosa Koerner, uma das pesquisadoras.

Uma das justificativas para a maioria das amostras contaminadas serem oriundas de restaurantes se deve ao fato do maior número de superfícies de contato, utensílios, equipamentos e funcionários. Além disso, a saída deste tipo de alimento costuma ser mais lenta nestes estabelecimentos, favorecendo a proliferação de bactérias. 

A pesquisadora Débora Francine Fonseca sugere que as empresas invistam em treinamentos e reciclagem para os funcionários, evitando “desvios e a contaminação cruzada”.

Preocupada com a qualidade e a segurança de seus produtos, a ambulante de Diadema Maria José Prudente da Silva, 55 anos, afirma que faz a batata frita com amor. “Preparo como quando faço meu próprio almoço”, conta ela, que atua no meio há 25 anos e incluiu a venda de chips há cinco, atendendo pedidos de clientes.

Em São Bernardo, Rejiane Germano, 35, é proprietária de quiosque de lanches há oito. “Tomamos todo cuidado possível. Usamos batatas congeladas em porções individuais, assim, temos contato apenas com o que vamos usar para aquele cliente”, afirma. Ela relata que já trabalhou em rede de fast-food e os tubérculos ficavam por até quatro horas cortados e, até mesmo fritos, expostos à contaminação.

Para o operador de vendas são-bernardense José Carlos Soares, 38, as fritas são opção saborosa e prática. “Passo aqui <CF51>(no terminal de ônibus onde o quiosque de Rejiane está instalado, no Centro)</CF> voltando do trabalho e consigo pegar (a porção) e sair comendo para casa”, assinala. Por outro lado, a estudante de Diadema Saryellen Faustino, 20, prefere não consumir alimentos comercializados na rua, mesmo após o resultado do estudo. “Prefiro não arriscar”, diz. 




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