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Desbarrancamento ameaça lar de 5 famílias em Santo André

Situação teria acontecido após obra do Semasa; autarquia nega e diz que intervenção é inviável

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
18/12/2019 | 07:00
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Deslizamento de terra que atinge dois terrenos na Rua Macaco Prego, no Recreio da Borda do Campo, em Santo André, coloca em risco pelo menos cinco famílias que residem no endereço. Os moradores afirmam que o processo de erosão começou há três anos, quando o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) instalou tubulação para escoamento de água da chuva no local.

Duas casas foram prejudicadas pelo avanço do processo, inviabilizando que os moradores seguissem no local. Para tentar minimizar a erosão do solo, foram colocadas lonas para evitar que a terra deslize a cada chuva. Elisabete Isabel Leal de Sá, 64 anos, que vive no endereço há 41 anos, teme que sua residência seja a próxima atingida. “Quando chove, não dormimos por causa do medo. Se cair mais um pouco de terra, pode atingir a estrutura da minha casa (a moradia está longe cerca de dois metros do buraco)”, contou.

O Semasa garantiu as obras realizadas no local não pioraram as condições do solo, no entanto, justifica que aquele é o ponto de escoamento das águas pela topografia natural do terreno. Há aproximadamente 20 anos, a autarquia concluiu que é necessário instalar escada hidráulica no local. Contudo, afirma que a obra não é viável em razão do alto custo, da impossibilidade do acesso de equipamentos e da necessidade de remoção da vegetação. Os moradores entraram com processo administrativo, que foi arquivado.

Eliane Leal Rocha dos Santos, 26, filha de Elisabete, assinalou que os moradores já pensaram em se reunir e intervir no desbarrancamento por conta própria. No entanto, a ideia foi abandonada após alerta da Defesa Civil de que eles poderiam ser multados.

A Prefeitura de Santo André e o Semasa informaram que a concepção do loteamento regularizado no endereço foi totalmente modificada e os lotes foram subdivididos entre proprietários por meio de ‘contrato de gaveta’. O comunicado também assinalou que a região possui muitas nascentes e córregos sob as residências construídas irregularmente, portanto, o bairro não tem infraestrutura para drenagem. Além disso, as casas foram construídas “desordenadamente”, não deixando espaço para escoamento de águas pluviais. 

A administração afirmou que a execução de obra de qualquer natureza no local é arriscada, podendo provocar deslocamento de terra em outros trechos no entorno.




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