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Caixinhas fazem a alegria do Natal
Luciana Yamashita
Especial para o Diário
16/12/2006 | 20:13
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Fim de ano, pessoas envolvidas com o espírito natalino, generosidade à flor da pele e... caixinhas de Natal espalhadas por todos os lados. A criatividade e uma dose de ousadia ajudam os profissionais na arrecadação do dinheiro extra, mas é o reconhecimento dos serviços realizados o ano inteiro que resulta nas melhores caixinhas.

Muitos trabalhadores já contam com esse bônus para programar o orçamento. O entregador de jornais Leandro dos Santos, 25 anos, faturou R$ 1 mil no ano passado. O dinheiro que receber este ano já tem destino certo. “Comprei um carro e preciso pagar a prestação. É o trabalho bem-feito de um ano inteiro sendo reconhecido.”

Carteiros e lixeiros são profissionais bastante lembrados na hora da caixinha. “Dou R$ 10 para cada um. Eles correm o ano todo para que a gente tenha uma vida melhor”, acredita a comerciante Elizete Teles, 43 anos, de Santo André.

O vendedor e DJ Rafael Dellonero, 29 anos, converteu a arrecadação da caixinha do ano passado em mais solidariedade. “Toquei músicas para a criançada de uma favela. A alegria deles não tem preço.”

Há dois anos trabalhando como coletor de lixo nos bairros Camilópolis e Campestre, em Santo André, Vanderval Fernandes da Silva, 25 anos, recebeu o equivalente a um salário mínimo no Natal passado. “As pessoas já me conhecem e ficam esperando na porta da casa para entregar algo. O reconhecimento é ótimo para a gente”, conta. Além do dinheiro, o coletor ganhou cinco panetones no ano passado.

BRINDES

Alguns profissionais não recebem a caixinha em dinheiro. O mais comum, para zeladores e porteiros, é ganhar panetones.

Parece até exagero, mas o zelador Marcos Aurélio Pereira, 40 anos, ganhou 40 panetones e dez garrafas de vinho e champagne, no ano passado, dos moradores do condomínio onde trabalha há quatro anos.

“Meu serviço é servir aos moradores. Sou encanador, eletricista, já me chamaram para matar barata e espantar morcego”, conta. Este ano, Pereira ainda não ganhou nenhum panetone, mas espera a proximidade do Natal para poder dividir alguns com a família e doar outros.

Zelador há dez anos de um condomínio em Santo André, Quirino Jacó de Carvalho, 62, diz que são as mesmas pessoas que o presenteiam. “Ano passado, ganhei chester e tender já assados, foi só esquentar. Ganhei panetones também, mas não como doce. Foi minha família que aproveitou.”

O porteiro Ecedite de Oliveira Novaes, 37 anos, trabalha há 12 no mesmo prédio. “Conheço todo mundo, o número dos apartamentos e os familiares dos moradores.” Ano passado, foram dez panetones, três cestas de Natal e mais champagne. “É difícil encontrar quem só dê panetone. A família é grande e a comida acaba rápido. Só as bebidas que duraram o ano todo”, conta. (Supervisão de Diana Moura)



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