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Estações ganham cara nova até 2010
Isis Mastromano Correia
Especial para o Diário
28/05/2007 | 07:00
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A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que completa 15 anos nesta segunda, pretende revolucionar as estações da Linha D. Oito paradas estão no Grande ABC. A idéia é investir em infra-estrutura moderna e acabar de vez com a atual aparência monótona, tornando o espaço mais agradável aos usuários.

A companhia promete finalizar a modernização das estações em 2010, quando também o Expresso ABC deverá sair do papel.

A tendência é que o cinza do concreto batido, visual mantido praticamente desde a fundação das paradas, dê lugar a contornos modernos e a cores mais vivas, com direto a espaços para arte. Hoje, há pequenas áreas, com pouca visibilidade, para exposições itinerantes em algumas estações, como São Caetano e Santo André – onde há o caso isolado de um painel permanente próximo às bilheterias.

As intervenções contemplarão também escadas rolantes, elevadores e mezaninos que melhorarão o acesso às plataformas. Usuários que desembarcam por engano na estação Utinga, por exemplo, não têm acesso livre a todas as plataformas e dependem da autorização dos funcionários para transitar. Os espaços poderão abrigar pequenos pontos comerciais.

De acordo com o gerente de Projetos de Transporte, Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro, mesmo estações pequenas, como a Guapituba, em Mauá, terão os mesmos recursos.

A modernização das estações abrirá caminho para a construção de trilhos paralelos aos que atualmente estão em operação, pelos quais transitará o Expresso ABC, antigo Expresso Sudeste.

A previsão é de que, com o novo sistema, o percurso de Mauá à Capital seja cumprido em 30 minutos. A parada final ainda não foi decidida; as opções são Brás, Luz e Barra Funda. Atualmente, o mesmo trecho leva 42 minutos, em média, para ser concluído.

O trem expresso obedecerá as paradas em Santo André, São Caetano, Tamanduateí – onde haverá ligação com a Linha 2 do Metrô – e no ponto final. O intervalo entre as composições deverá ser de oito minutos, tempo obedecido pelos trens em horário de pico.

“Com as duas vias funcionando, o número de usuários deve saltar de 242 mil por dia para 670 mil”, explica Silvestre. “Isso mostra o potencial que temos no Grande ABC.”

Sozinhas, as nove estações da região transportam por dia 134,500 passageiros.

O aumento futuro da demanda remete a um problema já bastante conhecido pelos usuários: a superlotação.

De acordo com Silvestre, a CPTM pretende implantar dez novos trens na região e diminuir o tempo de espera. Essas composições rodarão nas linhas do trem expresso e, futuramente, o intervalo entre os trens convencionais será diminuído para seis minutos.

“A ferrovia é um sistema que tem de estar associado a outros modos de transporte. A integração com os ônibus é importante e ajuda a reorganizar toda a rede.”

No Grande ABC, quase todas as estações ferroviárias estão próximas de terminais municipais e intermunicipais, o que facilita a interligação física. É o caso de Santo André, cujo subterrâneo das plataformas dá acesso ao terminal rodoviário da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).

Quanto à integração tarifária, Silvestre afirma que a CPTM busca negociação com os municípios.

As mudanças nas estações de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra deverão ser acompanhadas pelos órgãos de defesa do patrimônio histórico.

“Rio Grande é uma estação que não está preparada para receber o volume de usuários que se espera, com um bom padrão de conforto”, explica Silvestre. “As duas estações precisam ter toda a plataforma coberta, transposição entre elas, adaptação para elevador. Vamos consultar os órgãos de tombamento histórico para tratar disso.”

Os projetos de modernização, segundo o gerente da CPTM, foram discutidos com as prefeituras de Santo André, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

“Mostramos às administrações todo o início do projeto justamente para saber como inserir a modernização no plano dos municípios”, diz.

Para que tudo isso seja concretizado, serão investidos R$ 800 milhões; o montante será viabilizado pelo Estado e por PPPs (Parcerias Público Privadas).

Ainda não há previsão para que a Parada Pirelli, desativada há quase um ano, volte a operar, desta vez, como estação comercial.

“A expectativa é que outros empreendimentos se mudem para o entorno da antiga estação. Dessa forma, ela poderá ser reativada comercialmente.” (Supervisão de Illenia Negrin)



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